15 de novembro de 2024 Doar
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Santa Sé pede que instituições educativas eclesiais confirmem sua identidade católica

Basílica de São Pedro. | Alexey Gotovskiy (ACI)

A sala de imprensa da Santa Sé publicou ontem, 29 de março, uma instrução da Congregação para a Educação Católica intitulada "A identidade da escola católica para uma cultura do diálogo".

O texto de 25 de janeiro de 2022, festa da conversão de são Paulo apóstolo, foi assinado pelo prefeito, cardeal Giuseppe Versaldi, e pelo secretário do dicastério, dom Angelo Vincenzo Zani.

Com esta nova instrução sobre a identidade católica das instituições educativas, o dicastério "quer oferecer, em espírito de serviço, um contributo para reflexão e algumas diretrizes para ajudar a compartilhar a transformação missionária da Igreja, pois é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo".

"Uma grande responsabilidade da escola católica é dar testemunho. A presença cristã na realidade multifacetada das diferentes culturas deve ser mostrada e provada, isto é, deve se tornar visível, encontrável e consciente. Hoje, devido ao processo de secularização, a escola católica se encontra numa situação missionária, mesmo em países com uma antiga tradição cristã", destacou.

A escola católica "é chamada a um compromisso de testemunho através de um projeto educativo inspirado claramente no evangelho".

"A escola, inclusive a católica, não pede a adesão à fé, pode, porém, prepará-la", porque "através do projeto educativo, é possível criar as condições para que a pessoa desenvolva a atitude para a procura e seja orientada a descobrir o mistério do próprio ser e da realidade que a circunda, até atingir o limiar da fé. A quantos, pois, decidirem atravessá-la, sejam oferecidos os meios necessários para continuar a aprofundar a experiência da fé", afirmou.

Da mesma forma, destacou que o papa Francisco, ao tratar do encontro entre fé, razão e ciência, disse que "as escolas católicas, que sempre procuram conjugar a tarefa educacional com o anúncio explícito do evangelho, constituem uma contribuição muito válida para a evangelização da cultura, mesmo em países e cidades onde uma situação adversa nos incentiva a usar a nossa criatividade para se encontrar os caminhos adequados".

Por isso, o documento da Santa Sé solicitou a colaboração dos alunos, pais, professores, pessoal não docente e da entidade gestora na missão educativa, pois são sujeitos responsáveis ​​"que com seu trabalho promovem e verificam os projetos educativos, inspirados pela doutrina da Igreja sobre a educação, atuam respectivamente em vários níveis: no nível da própria escola, no nível das iniciativas carismáticas no povo de Deus, no nível da hierarquia da Igreja".

Além disso, a instrução, partindo "dos critérios essenciais da identidade católica das escolas, pretende acompanhar a sua renovação a fim de responder aos novos desafios que, na mudança de época, o mundo propõe à Igreja, mãe e mestra".

Nesse sentido, o documento também cita são João Paulo II para destacar a importância da identidade na obediência a uma verdade transcendente. "Se não existe uma verdade transcendente, na obediência à qual o homem adquire a sua plena identidade, então não há qualquer princípio seguro que garanta relações justas entre os homens. Com efeito, o seu interesse de classe, de grupo, de nação, contrapõe-nos inevitavelmente uns aos outros", ressaltou.

"Se não se reconhece a verdade transcendente, triunfa a força do poder, e cada um tende a aproveitar-se ao máximo dos meios à sua disposição para impor o próprio interesse ou opinião, sem atender aos direitos do outro. [...] A raiz do totalitarismo moderno, portanto, deve ser individuada na negação da transcendente dignidade da pessoa humana, imagem visível de Deus invisível e, precisamente por isso, pela sua própria natureza, sujeito de direitos que ninguém pode violar: seja indivíduo, grupo, classe, nação ou Estado. Nem tampouco o pode fazer a maioria de um corpo social, lançando-se contra a minoria", afirmou são João Paulo II.

Por fim, a Congregação para a Educação Católica agradeceu "pela solicitude e esforços das pessoas envolvidas nas instituições educativas, e espera que o perfil identitário católico do projeto educativo possa contribuir para a realização de um Pacto Educativo Global para reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens".

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