22 de dezembro de 2024 Doar
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Diocese alemã autoriza mulher que se identifica como homem a ensinar religião a crianças

Foto ilustrativa | Unsplash

Uma diocese da Igreja Católica na Alemanha autorizou uma mulher que se identifica como homem a ensinar religião a crianças em uma escola.

"Posso confirmar que o senhor Theo Schenkel recebeu uma licença permanente de ensino para educação religiosa católica em escolas públicas", disse um porta-voz da arquidiocese de Friburgo à CNA Deutsch, agência em alemão do grupo ACI, em 7 de abril.

Dado que, de acordo com o Código de Direito Canônico, a professora que se identifica como homem não pode receber a Missio Canonica (aprovação e envio) do bispo para ensinar religião católica, a arquidiocese disse que emitiu para Schenkel "uma autorização ilimitada para o ensino", assinada pelo vigário-geral.

A arquidiocese e a autoridade estadual de educação consideram essa permissão suficiente para Schenkel, segundo os meios locais.

Segundo a mídia alemã, Schenkel pretende se casar com sua parceira mulher, o que seria uma união entre pessoas do mesmo sexo.

A professora que se identifica como homem começou a estudar francês e catolicismo enquanto ainda vivia como mulher e estava em um relacionamento com um homem.

Em um e-mail enviado como resposta à CNA Deutsch, agência em alemão do grupo ACI, a arquidiocese de Friburgo disse que a decisão de permitir que Schenkel ensinasse religião foi tomada apenas para seu caso específico.

Em resposta à pergunta sobre se isso é coerente com o direito canônico e os regulamentos trabalhistas, a arquidiocese disse à CNA Deutsch que "as leis trabalhistas da Igreja estão sendo revistas pelos bispos alemães".

Várias dioceses católicas na Alemanha já anunciaram que não impedirão que pessoas que se identificam como LGBT (lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros) trabalhem na Igreja.

O anúncio acontece depois de que vários bispos e padres, em maio de 2021, desafiaram a proibição da Santa Sé e abençoaram uniões do mesmo sexo em várias partes da Alemanha.

Depois também da campanha "Out in Church", iniciativa apoiada por um documentário veiculado em horário nobre na Alemanha, no qual uma das pessoas que aparece é a professora mulher que se identifica como homem, Theo Schenkel.

A campanha também foi apoiada pela Conferência Episcopal Alemã com um vídeo gravado por dom Helmut Dieser, bispo de Aachen.

Com esta campanha foi publicado um manifesto que exigia, entre outras coisas, "uma mudança na lei trabalhista discriminatória da Igreja".

Em fevereiro deste ano, os participantes do Caminho Sinodal Alemão, um processo de discussões de bispos e leigos que incentiva questões contrárias à doutrina católica, votaram a favor de um projeto que pede a bênção de uniões do mesmo sexo e a revisão do ensino da Igreja sobre a homossexualidade.

Nesse mesmo mês, o cardeal Hollerich, arcebispo de Luxemburgo, disse que "o fundamento científico-sociológico" da proibição católica dos atos homossexuais "não é mais correto", e pediu "uma revisão fundamental da doutrina da Igreja" e "uma mudança de doutrina".

O cardeal Hollerich, presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) e relator-geral do Sínodo dos Bispos, fez essas afirmações em fevereiro em entrevista à agência católica de notícias alemã KNA.

O Catecismo da Igreja Católica, descrito pelo papa são João Paulo II como "uma norma segura para o ensino da fé", refere-se à homossexualidade nos números 2357, 2358 e 2359.

Nesses artigos a Igreja ensina que os homossexuais "devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta".

A homossexualidade como tendência é "objetivamente desordenada" e "constitui, para a maior parte deles, uma provação".

Apoiada na Sagrada Escritura, a Tradição sempre declarou que "os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados", "não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual" e, portanto, "não podem, em caso algum, ser aprovados".

"As pessoas homossexuais são chamadas à castidade" e "pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã".

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