Apr 20, 2024 / 05:00 am
Hoje (20) é celebrada Santa Inês de Montepulciano, uma das figuras mais importantes da Ordem de Santo Domingo ou Ordem dos Pregadores, os dominicanos. Inês foi uma abadessa que se destacou por sua sabedoria e espiritualidade. Santa Catarina de Sena tinha uma grande devoção por ela.
Uma abadessa educada com simplicidade
Inês Segni, seu nome de batismo, nasceu por volta de 1268 em Gracciano, Itália, em uma família nobre. Desde muito jovem teve contato com a espiritualidade dominicana graças ao fato de seus pais terem confiado sua educação às freiras do mosteiro de Montepulciano, que fica muito perto de Gracciano. Inês começou sua formação aos nove anos cercada pelas freiras do "mosteiro do saco", as freiras de Montepulciano eram conhecidas por seus hábitos feitos com um pano muito rústico, como de saco.
No mosteiro, Inês ficou conhecida por sua generosidade, sua capacidade de sacrifício e sua intensa vida de oração. Lá permaneceu por cerca de cinco anos até os quinze anos, quando foi enviada junto com a irmã Margarita, sua mestra do noviciado, para fundar um mosteiro dominicano em Proceno, aldeia da diocese de Acquapendente. Três anos depois, seria nomeada abadessa ali. Como tal, ela se entregou ao serviço de suas irmãs com profunda dedicação e humildade. Desta fase de sua vida datam os primeiros testemunhos sobre eventos milagrosos ocorridos por sua intercessão, como a multiplicação de pães e azeite, a cura de alguns doentes e até um exorcismo.
"O que Tu queiras, Senhor"
Quando sua fama se espalhou, as freiras de Montepulciano pediram a Inês que voltasse à sua cidade natal para fundar um novo mosteiro. No entanto, a santa rogou a Deus que lhe permitisse ficar mais algum tempo em Proceno. Deus permitiu e ela chegou a morar lá por mais 22 anos, até o dia em que, por meio de um sonho, recebeu um sinal de Deus para fundar o novo mosteiro em sua terra.
Em 1298, com o apoio das autoridades da Ordem dos Pregadores e o patrocínio do papa, voltou para a região onde nasceu e ali estabeleceu o novo mosteiro de freiras dominicanas nos arredores de Montepulciano. Ali ordenou a construção de uma capela consagrada à Virgem Maria, que seria ampliada pouco depois com a colaboração dos fiéis. A santa governou a comunidade religiosa até o dia de sua morte.
Fome de Deus e fome de pão
Esta etapa da nova fundação foi caracterizada por abundantes graças e bênçãos. Foram anos de intensa oração, de experiências místicas e revelações particulares concedidas pelo Senhor. Em mais de uma ocasião, em dias de fome e escassez, Inês alimentou dezenas de pessoas com um ou dois pães, evocando o milagre da multiplicação dos pães feito por Jesus Cristo.
Santa Inês morreu em 20 de abril de 1317 aos 49 anos. Graças ao beato Raimundo de Cápua (1303-1399) e à biografia que escreveu sobre a santa, a devoção a santa Inês tornou-se muito popular entre os séculos XIV e XV. Foi canonizada pelo papa Bento XIII, junto com santo Turíbio de Mogrovejo, em 10 de dezembro de 1726.
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