13 de dezembro de 2024 Doar
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“Coloquemos a memória das carícias de Deus antes de nossos erros e quedas”, diz o papa

Neste 24 de abril, segundo domingo da Páscoa, o papa Francisco rezou publicamente a missa da Divina Misericórdia na Basílica de São Pedro, onde exortou a que "coloquemos a memória do abraço e das carícias de Deus antes da lembrança dos nossos erros e das nossas quedas" para alimentar a alegria.

Refletindo sobre a passagem de São João (Jo 20,19.21.26), que narra o momento em que Jesus Ressuscitado aparece diante dos discípulos dizendo "a paz esteja convosco", Francisco quis apontar três ações da Divina Misericórdia.

A alegria

Em primeiro lugar, Francisco falou da alegria, aquela "graça especial de se sentir livremente perdoado".

"Os discípulos poderiam ter se sentido envergonhados e, em vez disso, se alegraram – Quem os entende? – Porque? Porque aquele rosto, aquela saudação, aquelas palavras desviam o foco de sua atenção de si mesmos para Jesus", disse o papa Francisco.

Da mesma forma, o papa disse que "Cristo não se queixa do passado, mas transmite-lhes a benevolência de sempre. E isso os reanima, infunde a paz perdida em seus corações, os torna homens novos, purificados por um perdão concedido sem cálculos, um perdão concedido sem méritos".

"Esta é a alegria de Jesus, a alegria que também nós sentimos ao experimentar o seu perdão. Já nos aconteceu de assemelhar-nos aos discípulos da Páscoa: depois de uma queda, um pecado, um fracasso".

O papa explicou que é naqueles momentos em que "parece que não há mais nada a ser feito", que "o Senhor tudo faz para nos dar a sua paz: através de uma Confissão, das palavras de uma pessoa que se aproxima, de uma consolação interior do Espírito, de um acontecimento inesperado e surpreendente".

"Coloquemos a memória do abraço e das carícias de Deus antes da lembrança dos nossos erros e das nossas quedas. Assim alimentaremos a alegria. Porque nada pode ser como antes para quem experimenta a alegria de Deus! Esta alegria que transforma!", disse o papa.

O dom do perdão

O papa então destacou o dom do perdão como outra das três ações da Divina Misericórdia, que vem "através da humilde bondade de um confessor misericordioso, que sabe que não é detentor de algum poder, mas canal de misericórdia, que derrama sobre os outros o perdão do qual ele primeiro se beneficiou".

"Toda a Igreja foi feita por Jesus uma comunidade dispensadora de misericórdia, um sinal e um instrumento de reconciliação para a humanidade", disse.

"Quando experimentamos a alegria de sermos libertos do peso dos nossos pecados, dos nossos fracassos; quando sabemos em primeira mão o que significa renascer, depois de uma experiência que parecia não ter saída, então precisamos compartilhar o pão da misericórdia com aqueles que nos rodeiam", defendeu o papa.

As feridas dos outros

Por fim, o papa falou de São Tomé, cuja incredulidade não escandalizou Jesus, mas o tratou com misericórdia.

"Em Tomé está presente a história de cada crente, de cada um de nós, de cada fiel: há momentos difíceis, nos quais a vida parece negar a fé, nos quais estamos em crise e precisamos tocar e ver. Mas, como Tomé, é precisamente aqui que redescobrimos o coração do Senhor, a sua misericórdia", disse o papa.

Em seguida, destacou que "nessas situações, Jesus não vem em nossa direção triunfante e com provas contundentes, não realiza milagres prodigiosos, mas oferece sinais calorosos de misericórdia. Ele nos conforta com o mesmo estilo do Evangelho de hoje: oferecendo-nos suas chagas".

Como destacou o papa, "a misericórdia de Deus, nas nossas crises e nos nossos esforços, coloca-nos muitas vezes em contacto com os sofrimentos do próximo".

"Achávamos que estávamos no ápice do sofrimento, no auge de uma situação difícil, e então descobrimos aqui, permanecendo em silêncio, que existe alguém que está passando por momentos, períodos piores. E, se cuidarmos das feridas do próximo e derramarmos misericórdia sobre ele, renasce em nós uma nova esperança, que nos consola no cansaço".

O papa encorajou os fiéis a se perguntarem "se nos últimos tempos tocamos as feridas de alguém que sofre no corpo ou no espírito; se trouxemos paz a um corpo ferido ou a um espírito quebrantado; se passamos algum tempo ouvindo, acompanhando, consolando".

"Quando fazemos isso, encontramos Jesus que, com os olhos de quem é provado pela vida, nos olha com misericórdia e diz: 'A paz esteja convosco!'", concluiu.

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