23 de novembro de 2024 Doar
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Cardeal Bo critica governo chinês por prisão do cardeal Zen em Hong Kong

Cardeal Charles Bo e cardeal Joseph Zen | Daniel Ibáñez (ACI) e Alexey Gotovskyi (ACI

O arcebispo de Yangon, Myanmar, cardeal Charles Bo, presidente da Federação Asiática de Conferências Episcopais, criticou a prisão do cardeal Joseph Zen em 11 de maio pelo governo comunista chinês. Bo manifestou em carta aberta publicada no sábado (14) a "profunda preocupação com a situação dos direitos humanos e as ameaças à liberdade religiosa em Hong Kong".

O cardeal Zen foi libertado sob fiança horas depois de preso. Um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé manifestou preocupação com a prisão do cardeal Zen pouco antes de ele ser libertado.

O cardeal Bo exortou também todos os cristãos a rezar, na semana de 24 de maio, quando se celebra o Dia Mundial de Oração pela Igreja na China e a festa de Maria Auxiliadora, por aqueles que sofrem perseguição em Hong Kong.

A seguir, o texto completo da carta do cardeal Bo:

Como presidente da Federação Asiática de Conferências Episcopais, e após a prisão em 11 de maio de meu irmão cardeal e irmão salesiano, cardeal Joseph Zen, quero expressar minha profunda preocupação com a situação dos direitos humanos e as ameaças à liberdade religiosa em Hong Kong.

Exorto os católicos e a comunidade cristã em todo o mundo a que rezem por Hong Kong e exorto a comunidade internacional a continuar monitorando e a falar pela liberdade e a justiça.

Hong Kong era uma das cidades mais livres e mais abertas da Ásia. Hoje foi transformada em um Estado policial. A liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a liberdade de reunião e associação e a liberdade acadêmica foram todas desmanteladas.

Estes são os primeiros sinais de que a liberdade de religião e culto, um direito humano estabelecido no artigo 18 da Declaração dos Direitos Humanos e da Aliança Internacional para os Direitos Civis e Políticos, da qual Hong Kong faz parte, estão ameaçados.

Sei de recentes ataques propagandísticos contra a Igreja em meios de comunicação pró-Pequim em Hong Kong e do aumento da censura entre os líderes religiosos devido às circunstâncias. É doloroso ver uma cidade que foi um farol para a liberdade, incluindo a liberdade religiosa, mover-se de forma tão radical e constante por um caminho mais escuro e repressivo.

Ver o governo na China quebrar suas promessas feitas em um tratado internacional, a Declaração Conjunta Sino-Britânica, tantas vezes e de forma tão descarada é espantoso.

Meu irmão cardeal, Sua Eminência Joseph Zen, foi preso e enfrenta acusações simplesmente porque atuou como administrador de um fundo que prestava assistência jurídica a ativistas que enfrentavam processos judiciais. Em qualquer sistema em que a lei prevaleça, fornecer assistência para ajudar as pessoas a lidar com os custos legais é um direito adequado e aceito.

Como pode ser crime ajudar os acusados a terem representação e defesa legal?

No dia 24 de maio a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pela Igreja na China e a festa de Maria Auxiliadora; e na China, a Nossa Senhora de Sheshan.

No ano passado, pedi que essa se convertesse numa semana de oração todos os anos, e fiquei impressionado ao saber que um grupo de leigos católicos de todo o mundo aceitou meu convite e estabeleceu a Semana Global de Oração pela China.

Este ano exorto os cristãos de todas as tradições do mundo a rezar especialmente por Hong Kong e pela Igreja na China, bem como pelos uigures, tibetanos e outros que sofrem perseguição na China, durante a semana de oração, e rezar especialmente pelo cardeal Zen no dia 24 de maio enquanto rezamos a Maria Auxiliadora.

Sempre que possível, gostaria que as igrejas considerassem uma missa votiva nesse dia.

É cada vez mais difícil para as pessoas em Hong Kong falar livremente, então aqueles que estão fora e têm voz devem usá-la em seu nome e dedicar nossas orações e esforços para mostrar solidariedade e apoio a eles, esperando que um dia suas liberdades sejam restauradas.

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