28 de dezembro de 2024 Doar
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Sem nutrir as raízes, toda tradição religiosa perde fertilidade, diz o papa

Papa Francisco. Crédito: Daniel Ibáñez (ACI)

"Sem nutrir as raízes toda tradição religiosa perde fecundidade", disse o papa Francisco ontem (19), no Palácio Apostólico Vaticano, o papa Francisco recebeu em audiência a Comunidade do Pontifício Colégio Pio Romeno por ocasião dos 85 anos de sua fundação.

Em seu discurso aos presentes, entre os quais estavam os superiores da Congregação para as Igrejas Orientais, o papa Francisco disse que.

"Na verdade, se verifica um processo perigoso: com o passar do tempo focamos cada vez mais em nós mesmos, na própria pertença, perdendo o dinamismo das origens. Então, concentra-mo-nos em aspectos institucionais, externos, na defesa do próprio grupo, da própria história e dos próprios privilégios, perdendo, talvez sem perceber, o sabor do dom", disse Francisco.

"Só se as raízes forem bem regadas, a árvore continua a crescer exuberantemente; caso contrário, ela se dobra sobre si mesma e morre. Isso acontece quando alguém se torna complacente e se contamina com o vírus do mundanismo espiritual", disse Francisco.

O papa também alertou para o perigo de ter "uma vida medíocre e autorreferencial, feita de carreirismo, escalada, busca de satisfação pessoal e prazeres fáceis".

Para ele, "o segredo da fertilidade é o dom da vida, o Evangelho que deve ser posto em prática com o coração de um pastor".

Em seguida, o papa falou sobre o cardeal Lucian Mureşan, chffe da igrej romena unida a roma, que fará 91 anos na segunda-feira (23), e destacou "os anos de serviço no sacerdócio, que começou há quase sessenta anos em um porão humilde, depois que os bispos sobreviventes foram libertados da prisão." Mureşan foi ordenado em 1964 e, nos ´rimeiros anos, exerceu o sacerdócio clandestinamente no regime comunista da Romênia.

A partir do exemplo de Mureşan, o papa encorajou os presentes a serem "pastores pobres de coisas, mas ricos de Evangelho. Sejam assim, alegres apóstolos da fé que herdais, prontos a nada guardar para vós e a reconciliar-vos com todos, a perdoar e a tecer a unidade, superando toda animosidade e vitimização. Então sua semente também será evangélica e dará frutos".

"Depois das raízes, gostaria também de contar algo sobre o terreno. Ao estudar, não se esqueça do bom terreno da fé. É aquele cultivado por seus avós, seus pais, o do povo santo de Deus", disse o papa Francisco.

"Ao se preparar para transmitir a fé, pense neles e lembre-se de que o Evangelho não é anunciado com palavras complicadas, mas na linguagem do povo, como Jesus, a Sabedoria encarnada, nos ensinou. O terreno bom também é o que faz vocês tocarem a carne de Cristo, presente nos pobres, nos doentes, no sofrimento, nos pequenos e nos simples, naqueles que sofrem e em quem Jesus está presente", disse em seguida.

O papa Francisco também falou sobre os refugiados "da vizinha Ucrânia que a Romênia também está acolhendo e ajudando".

Por fim, o papa falou aos alunos de língua árabe do antigo Colégio Santo Efrén, aos quais disse que "o fato de compartilharem a vida não deve ser sentido como uma diminuição das características distintivas de cada um, mas como uma promessa de futuro frutífera".

"Os colégios nacionais, orientais e latinos, não devem ser "enclaves" dentro dos quais voltar após o dia de estudo para viver como se estivesse em pátria, mas laboratórios de comunhão fraterna, onde experimentar a autenticidade da catolicidade, a universalidade da Igreja. Essa universalidade é o bom ar a ser respirado para não ser sugado por particularismos que dificultam a evangelização", concluiu.

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