22 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco pede para ter cuidado com a vaidade, as superstições e as bruxarias

Papa Francisco no papamóvel durante a Audiência Geral. | Daniel Ibáñez (ACI)

"Não é por acaso que a nossa é a época das fake news, das superstições coletivas e das verdades pseudocientíficas. É curioso: nesta cultura do saber, do conhecimento de todas as coisas, inclusive da exatidão do saber, difundiram-se muitas feitiçarias... que levam a uma vida de superstição", disse Francisco na audiência geral de hoje (25), na praça de São Pedro, no Vaticano.

No início, o papa andou no papamóvel pelos corredores da praça vaticana para saudar e abençoar os numerosos fiéis presentes de diversas partes do mundo e foi acompanhado no veículo por algumas crianças.

Além disso, foi a primeira vez que os peregrinos viram publicamente o papa Francisco usando uma bengala.

Francisco continuou com sua série de catequeses sobre a velhice e nesta ocasião refletiu sobre o Livro do Eclesiastes ou Coélet, "outra joia inserida na Bíblia" que "deixa desorientado pelo seu célebre refrão: Tudo é vaidade, tudo é vaidade, tudo é vaidade, tudo é neblina, tudo é fumaça, tudo é vazio", disse o papa.

"É surpreendente encontrar estas expressões, que questionam o significado da existência, dentro da Sagrada Escritura. Na realidade, a oscilação contínua do Eclesiastes entre o sentido e o não-sentido é a representação irônica de um conhecimento da vida que se desprende da paixão pela justiça, da qual é garante o juízo de Deus. E a conclusão do Livro indica a saída da provação: Teme a Deus e observa os seus preceitos, porque este é o dever de todo o homem", destacou.

Nessa linha, o papa explicou que "a velhice pode aprender com a sabedoria irônica do Eclesiastes a arte de trazer à luz o engano escondido no delírio de uma verdade da mente desprovida de afeto pela justiça".

"Os idosos ricos de sabedoria e de humorismo fazem tanto bem aos jovens! Salvam-nos da tentação de um conhecimento do mundo triste e sem sabedoria da vida", afirmou.

No entanto, Francisco alertou para o perigo de uma "desilusão dolorosa" causada por perguntas como "Porventura os nossos esforços mudaram o mundo? Porventura alguém será capaz de impor a diferença entre o justo e o injusto? Parece que tudo isto é inútil: por que fazer tantos esforços?".

"É uma espécie de intuição negativa que pode surgir em qualquer época da vida, mas não há dúvida de que a velhice torna este encontro com o desencanto quase inevitável", disse.

Francisco também destacou que "se os idosos, que já viram tudo, conservam intacta a sua paixão pela justiça, então há esperança para o amor, e também para a fé. E para o mundo contemporâneo, tornou-se crucial a passagem através desta crise, crise saudável, porquê? Porque uma cultura que presume medir tudo e manipular tudo também acaba por produzir uma desmoralização coletiva do sentido, uma desmoralização do amor, uma desmoralização até do bem".

"Para a nossa cultura moderna, que gostaria de entregar praticamente tudo ao conhecimento exato das coisas, o aparecimento desta nova razão cínica – que soma conhecimento e irresponsabilidade – é uma reação duríssima", explicou.

Por isso, o papa pediu para estar atento ao "conhecimento que nos isenta da moralidade parece, no início, uma fonte de liberdade, de energia, mas depressa se transforma numa paralisia da alma".

Além disso, Francisco destacou que "Eclesiastes, com a sua ironia, já desmascara esta tentação fatal de uma omnipotência de conhecimento – um "delírio de omnisciência" – que gera uma impotência da vontade".

Nesse sentido, o papa alertou para o perigo da "acedia" que é uma "doença da alma, que improvisamente descobre a vaidade do conhecimento sem fé e sem moral, a ilusão da verdade sem justiça".

"E esta é uma das tentações de todos, também dos idosos, de todos. Não é simplesmente preguiça: não, é mais do que isso. Não se trata apenas de depressão: não. Pelo contrário, a acedia é a rendição ao conhecimento do mundo, sem mais paixão pela justiça e pela consequente ação."

Desta forma, o papa lamentou que "tornámo-nos deveras uma 'sociedade do cansaço'" porque "devíamos produzir uma prosperidade generalizada e toleramos um mercado cientificamente seletivo da saúde. Devíamos colocar um limite intransponível à paz, e vemos uma série de guerras cada vez mais impiedosas contra pessoas indefesas. A ciência avança, naturalmente, e é um bem. Mas a sabedoria da vida é outra coisa completamente diferente, e parece estar num impasse".

Diante disso, Francisco falou que "os idosos cheios de sabedoria e humor fazem muito bem aos jovens. Salvam-nos dum conhecimento triste e sem sabedoria e reconduzem-nos à promessa de Jesus: «Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados»".

"Serão eles que semeiam fome e sede de justiça nos jovens. Coragem, todos nós, idosos: coragem e avante! Temos uma missão muito grande no mundo. Mas, por favor, não devemos procurar refúgio neste idealismo um pouco não concreto, não real, sem raízes – digamo-lo claramente: nas bruxarias da vida", concluiu o papa.

Tiroteio em escola nos EUA

Antes de concluir a audiência geral, o papa Francisco lamentou um tiroteio ocorrido ontem (24) em uma escola primária no Texas, EUA, rezou pelas vítimas e suas famílias e pediu a todos que se comprometam contra o comércio de armas para que essas tragédias não acontecem de novo.

"Tenho o coração consternado por causa do massacre na escola básica do Texas. Rezo pelas crianças, pelos adultos assassinados e pelas suas famílias. É tempo de pôr fim ao tráfico indiscriminado de armas. Comprometamo-nos todos para que tais tragédias nunca mais possam acontecer", pediu Francisco.

Maria Auxiliadora pela paz na Ucrânia

Além disso, o papa Francisco invocou à Virgem Maria Auxiliadora "de modo especial o desejo de paz na Ucrânia e no mundo inteiro".

"Que a Mãe de Deus nos ensine a ser solidários com aqueles que sofrem com a tragédia da guerra e obter a reconciliação das nações", rezou o papa.

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Solenidade da Ascensão 2022

Por último, Francisco falou sobre a Solenidade da Ascensão do Senhor, que a Igreja Católica celebra 40 dias depois do Domingo da Ressurreição, este ano em 26 de maio, e destacou que "Jesus Cristo voltou à direita do Pai, mas Ele não nos deixou sozinhos" porque "do Céu ele está próximo de nós de uma maneira nova, porque pelo Espírito Santo Ele vive em nossos corações" por isso exortou a viver a experiência de "sua presença em todos os momentos de nossas vidas".

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