19 de dezembro de 2024 Doar
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O martírio é normal em nossa Igreja, diz cardeal Zen

Cardeal Zen celebra missa em Hong Kong | Captura de tela

"O martírio é normal em nossa Igreja", disse o bispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen, em missa celebrada pelos católicos da China continental que enfrentam perseguição por causa da fé, anteontem (24), Dia Mundial de Oração pela Igreja na China e festa de Maria Auxiliadora

"Talvez não tenhamos que fazer isso, mas talvez tenhamos que suportar alguma dor e nos fortalecer por nossa lealdade à nossa fé", disse Zen, ao rezar missa depois de comparecer ao tribunal em Hong Kong pela acusação de violar a lei de segurança nacional da China.

A missa celebrada em uma igreja de Hong Kong contou com a presença de cerca de 300 pessoas. A Eucaristia foi transmitida ao vivo na página do Facebook do cardeal, que recebeu milhares de visitas em menos de 24 horas.

À justiça, Zen se declarou inocente da acusação de não registrar na polícia um fundo de ajuda para pagar despesas judiciais de ativistas pró-democracia que enfrentam processos. O julgamento do cardeal está programado para começar em 19 de setembro.

Em sua homilia, o cardeal Zen rezou em chinês por seus "irmãos e irmãs que não podem assistir à missa de forma alguma esta noite, porque não têm liberdade agora", informou a agência de notícias Reuters.

As autoridades de Xangai e Pequim emitiram as restrições mais rígidas do mundo para a covid-19 nos últimos meses, impedindo que as pessoas deixem seus apartamentos por qualquer motivo, incluindo culto religioso.

Além disso, os católicos com menos de 18 anos não podem assistir legalmente à missa pública na China continental, e as autoridades locais reprimiram a comunidade católica clandestina da China nos últimos anos.

Para Zen, a Santa Sé pode ter "tido boa intenção, mas tomou uma decisão imprudente" ao assinar um acordo provisório com o governo do Partido Comunista Chinês. "Há uma urgência em unificar" os cristãos clandestinos e os da igreja oficialmente reconhecida pelo governo comunista chinês, "mas parece que a hora ainda não chegou", disse Zen, segundo a agência de notícias France Presse.

Em 11 de maio, dia em que o cardeal Zen foi preso e, mais tarde, solto  sob fiança pelas autoridades de Hong Kong, o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse esperar que a prisão do cardeal Zen não complique o diálogo da Santa Sé com a China.

A Santa Sé evitou criticar publicamente a repressão aos protestos pró-democracia em Hong Kong desde que assinou o acordo provisório com a China em 2018.

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