KADUNA, May 26, 2022 / 10:42 am
Homens armados invadiram uma igreja católica na Nigéria e sequestraram dois padres e duas crianças ontem (25), informou padre Chris Omotosho, diretor de Comunicação Social da diocese de Sokoto.
O sequestro ocorreu na mesma cidade onde Deborah Yakunu, estudante cristã acusada de blasfêmia contra Maomé, foi apedrejada até a morte e queimada viva por muçulmanos há duas semanas.
"À meia-noite de hoje, 25 de maio de 2022, homens armados invadiram a reitoria da Igreja Católica de São Patrício, em Gidan Maikambo, estado de Katsina. O pároco padre Stephen Ojapa e padre Oliver Okpara, e duas crianças que moram na casa paroquial foram sequestrados", relatou padre Omotosho num comunicado de 25 de maio.
"Não temos informações sobre o paradeiro deles. Peço que rezem por sua segurança e sua rápida libertação", acrescentou o padre.
A agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias, diz que, segundo os testemunhos coletados, os sequestradores armados chegaram em grande número, mas não foram vistos andando de motocicleta, como costuma acontecer nos sequestros na Nigéria.
Omotosho disse à BBC que o local onde ocorreu o sequestro fica em uma pequena cidade. Disse ainda que o sequestro foi denunciado à polícia e que alguns homens e agentes de segurança iniciaram uma busca.
Padre Ojapa, um dos padres sequestrados, pertence à Sociedade Missionária de São Paulo. O padre Okpara foi ordenado em setembro do ano passado.
Desde 2009 a Nigéria sofre a ação do grupo terrorista muçulmano Boko Haram que visa transformar a nação mais populosa da África em Estado islâmico. O grupo islâmico ataca indiscriminadamente civis, líderes políticos e religiosos.
Recentemente, em 14 de maio, uma turba de muçulmanos atacou e incendiou igrejas católicas em Sokoto, protestando contra a prisão dos suspeitos de apedrejar e queimar viva uma estudante cristã acusada de ofender Maomé.
Dias antes, foi confirmado a morte do padre nigeriano Joseph Aketeh Bako, que havia sido sequestrado em 8 de março por criminosos. O sequestro ocorreu após um ataque à paróquia católica de São João da arquidiocese de Kaduna, onde era pároco.
Como esses casos, houve dezenas de ataques a igrejas católicas, bem como sequestros e assassinatos de padres na Nigéria.
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