Vaticano, Jun 1, 2022 / 09:43 am
"A vergonha deve recair sobre aqueles que se aproveitam da fraqueza da doença e da velhice", disse o papa Francisco hoje (1º) na primeira Audiência Geral de junho, mês que a Igreja dedica ao Sagrado Coração de Jesus.
Depois de percorrer a praça de São Pedro de papamóvel para saudar os fiéis, o papa Francisco chegou ao altar com a ajuda de sua bengala, de onde continuou sua catequese sobre a velhice depois de ler o Salmo 71: "Não me abandones quando meu vigor se extingue!"
O papa Francisco lamentou a violência e as injustiças que os idosos sofrem na nossa sociedade e disse que "não faltam aqueles que se aproveitam da idade do idoso para o enganar, para o intimidar de mil maneiras.".
Cultura descartável "envenena nosso mundo"
"Lemos frequentemente nos jornais ou ouvimos notícias de pessoas idosas que são enganadas sem escrúpulos, a fim de se apoderar das suas poupanças; ou que são deixadas desprotegidas e abandonadas sem cuidados; ou que são ofendidas por formas de desprezo e intimidadas a renunciar aos seus direitos. Tais crueldades também acontecem nas famílias", disse Francisco.
A cultura do descartável "envenena o nosso mundo", disse o papa. "A sociedade como um todo deve apressar-se a cuidar dos seus idosos – são o tesouro! – cada vez mais numerosos, e com frequência também mais abandonados".
Francisco disse que "a velhice não só perde a sua dignidade, como até se duvida que mereça continuar".
"Assim, todos somos tentados a esconder a nossa vulnerabilidade, a esconder a nossa doença, a nossa idade, a nossa velhice, porque tememos que sejam a antecâmara da nossa perda de dignidade".
"É humano induzir a este sentimento?", perguntou. "Como pode a civilização moderna, tão avançada e eficiente, sentir tanta dificuldade diante da doença e da velhice, esconder a doença, esconder a velhice?"
"Jesus nunca rejeita a oração das pessoas que necessitam de ajuda"
"A oração renova no coração da pessoa idosa a promessa da fidelidade e bênção de Deus. O idoso redescobre a oração e dá testemunho da sua força.".
Francisco disse ainda que "Jesus nunca rejeita a oração das pessoas que necessitam de ajuda" e que "devido à sua fraqueza, os idosos podem ensinar àqueles que se encontram noutras idades da vida que todos nós devemos abandonar-nos ao Senhor, para invocar a sua ajuda".
"Todos devemos aprender com a velhice: sim, há um dom em ser idoso, entendido como abandonar-se aos cuidados dos outros, a começar pelo próprio Deus", disse em seguida.
Francisco convidou os idosos a não esconder a fragilidade da velhice e defendeu que a marginalização conceitual e prática da velhice corrompe todas as fases da vida, não apenas a velhice.
Por fim, o papa convidou os fiéis a se perguntarem se realmente cuidam dos idosos de sua família e se os procuram para encontrar sabedoria.
Pedido de paz
Na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o papa Francisco relembrou o terço que aconteceu ontem, 31 de maio, na basílica de Santa Maria Maior.
"Elevamos a Nossa Senhora, Mãe de Jesus, a nossa insistente súplica pela paz. Permaneçamos unidos a Ela, à espera de um novo Pentecostes, pedindo que o dom do Espírito Santo nos faça descobrir sendas de diálogo e unidade.".
Mês do Sagrado Coração de Jesus
Falando aos fiéis poloneses, o papa Francisco recordou que hoje começa o mês de junho, tempo que a Igreja dedica ao Sagrado Coração de Jesus.
"Hoje iniciamos o mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, fonte de amor e paz. Abri-vos a este amor e levai-o até aos confins da terra, testemunhando a bondade e a misericórdia do Coração de Jesus", disse Francisco.
Solenidade de Pentecostes
Na saudação aos peregrinos de língua italiana, o papa Francisco lembrou que no próximo domingo, 5 de junho, será celebrada a Solenidade de Pentecostes.
"Que o Espírito Santo seja para vocês jovens como vento e fogo que os guia ao amor dos grandes ideais e ao compromisso com a Igreja na sociedade".
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Para os idosos, o papa pediu que o Espírito Santo seja "o consolador que os acompanha no cansaço diário, dando-lhes a certeza do amor de Deus".
"E para vocês, recém-casados, que seja fonte de comunhão que os faça crescer no amor recíproco", concluiu.
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