22 de dezembro de 2024 Doar
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Secularização leva cristãos a se autocensurar, revela estudo

Imagem ilustrativa | Mikhail Nilov (Pexels)

Um estudo em dois países europeus (França e Alemanha) e dois países latino-americanos (Colômbia e México), revelou que, por causa da crescente intolerância secular, os cristãos tendem a se autocensurar.

O Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC Europa), seu braço latino-americano, OLIRE, e o International Institute for Religious Freedom (IIRF) apresentaram em 10 de junho, em Viena, Áustria, um relatório conjunto que resume os resultados de quatro estudos de caso, um de cada país, feitos ao longo de um período de 10 anos através de entrevistas com cristãos praticantes.

Madeleine Enzlberger, diretora-executiva de OIDAC Europe, disse durante a apresentação que "uma das descobertas mais preocupantes e trágicas deste relatório é que, se os custos sociais de seguir sua crença e expressá-la se tornarem muito altos, as pessoas acabarão abandonando sua crença. E são especialmente as pessoas mais jovens e menos educação que estão em risco", destacou.

A França e a Alemanha foram escolhidas como exemplos de países europeus com grau avançado de secularização. O México e a Colômbia enfrentam desafios muito semelhantes aos dos países europeus.

Friederike Boellmann, uma das três autoras do relatório, disse que "foi surpreendente constatar que o caso alemão revela que as universidades são o ambiente mais hostil. E o maior grau de autocensura que encontrei em minhas pesquisas foi no campo acadêmico".

Resumindo os casos do México e da Colômbia, Teresa Flores, diretora de OLIRE, concluiu que "o fenômeno da autocensura não se configura apenas quando um cristão não expressa abertamente sua fé, mas também se refere a situações em que os cristãos não podem expressar seus pontos de vista baseadas na fé sobre temas polêmicos".

"A pesquisa revela que a pressão social também é um fator que influencia muito na autocensura", disse ela.

Simon Calvert, do Instituto Cristão do Reino Unido, contou que uma das perguntas mais comuns que os cristãos fazem é: "Posso dizer X?"; "É legal para mim expressar um ponto de vista cristão sobre aborto ou sexualidade e gênero?"

Outras perguntas que os cristãos fazem são: "Existem leis que nos impeçam de expressar uma opinião cristã sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou sobre gênero?"

"Esse é o nível de autocensura ao qual chegamos, onde as pessoas pensam que de alguma forma deve ser contra a lei expressar essas opiniões e, claro, não é", disse Calvert.

Enzlberger acrescentou que "essas descobertas não deveriam levar ao medo, divisão ou ressentimento, mas sim a uma melhor compreensão do quanto precisamos de uma sociedade pluralista, onde todos possam falar sem medo de repercussões e viver sua fé sem serem discriminados".

Para baixar o relatório completo em inglês, acesse AQUI.

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