7 de dezembro de 2024 Doar
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Papa fala sobre os limites da velhice: “Agora eu tenho que andar de bengala”

Papa Francisco anda de bengala | Daniel Ibáñez (ACI)

"Quando somos velhos, não podemos fazer o mesmo que fazíamos quando éramos jovens: o corpo tem outro ritmo, e devemos ouvir o corpo e aceitar alguns limites. Todos os temos. Também eu agora tenho de caminhar com a bengala", disse o papa Francisco durante a Audiência Geral de hoje (15).

"A doença do idoso parece apressar a morte e, contudo, diminuir aquele tempo de vida que já consideramos curto", disse o papa. "A comunidade cristã que deve cuidar dos idosos: parentes e amigos, mas também a comunidade".

"A visita aos idosos deve ser feita por muitos, em conjunto e frequentemente. Nunca deveríamos esquecer estas três linhas do Evangelho. Hoje, sobretudo que o número de idosos cresceu consideravelmente", disse Francisco.

Francisco lamentou que com o inverno demográfico haja muito mais idosos do que jovens e disse que "devemos sentir a responsabilidade de visitar os idosos que muitas vezes estão sozinhos e apresentá-los ao Senhor com a nossa oração. O próprio Jesus ensinar-nos-á como os amar".

Para o papa, a cultura do descarte parece esconder os idosos. "Isto é uma traição à própria humanidade. É horrível, significa selecionar a vida de acordo com a utilidade, segundo a juventude e não com a vida como ela é, com a sabedoria dos idosos, com os limites dos anciãos", disse.

"Os velhinhos têm tanto para nos dar: há a sabedoria da vida. Tanto para nos ensinar: por isso devemos ensinar também as crianças a cuidar dos avós e a ir ter com os avós".

"O diálogo entre jovens e avós, crianças e avós é fundamental para a sociedade, é fundamental para a Igreja, é fundamental para a saúde da vida. Onde não há diálogo entre jovens e idosos, falta algo e cresce uma geração sem passado, isto é, sem raízes", disse o papa.

Francisco falou então sobre a gratidão dos doentes dizendo que "se os idosos, em vez de serem descartados e afastados da cena dos acontecimentos que marcam a vida da comunidade, fossem colocados no centro da atenção coletiva, seriam encorajados a exercer o precioso ministério da gratidão a Deus, que não se esquece de ninguém".

"A gratidão dos idosos pelos dons recebidos de Deus na sua vida, como nos ensina a sogra de Pedro, restitui à comunidade a alegria de viver juntos, e dá aos discípulos a fé no a característica principal do seu destino", afirmou.

Para ele, essa gratidão não é algo reservado apenas às mulheres, embora "sobre gratidão e ternura de fé, podem ensinar aos homens coisas que eles têm mais dificuldade de compreender".

Por fim, Francisco pediu "que os idosos, os avós, as avós estejam próximos das crianças, dos jovens para transmitir esta memória da vida, para transmitir esta experiência da vida, esta sabedoria da vida".

"Na medida em que fizermos com que os jovens e os idosos tenham uma ligação, nessa medida haverá mais esperança para o futuro da nossa sociedade", concluiu.

Solenidade de Corpus Christi

Após a catequese, o papa Francisco lembrou que amanhã, quinta-feira, 16 de junho, é celebrada a Solenidade de Corpus Christi.

"Peçamos ao Senhor que nos conceda ser pessoas 'eucarísticas', que agradecem pelos dons recebidos e que se entregam a outros servindo com alegria, especialmente aqueles que mais precisam", pediu o papa.

A guerra na Ucrânia

No final da Audiência Geral de hoje o papa Francisco pediu que "não nos esqueçamos o povo atormentado da Ucrânia em guerra".

"Não nos habituemos a viver como se a guerra fosse algo distante. Que a nossa lembrança, o nosso afeto, a nossa oração e a nossa ajuda estejam sempre perto deste povo que sofre muito e que está a levar a cabo um verdadeiro martírio", disse o papa.

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