6 de dezembro de 2024 Doar
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Escola jesuíta dos EUA que hasteia bandeira LGBT não é mais católica, decide bispo

Nativity School com as bandeiras LGBT e Black Lives Matter | Joe Bukuras (CNA)

Dom Robert J. McManus, bispo de Worcester, em Massachusetts, Estados Unidos, decretou que a Nativity School, escola de jesuítas que desde 2021 hasteia as bandeiras do movimento LGBT e do movimento Black Lives Matter (Vidas negras importam), não pode mais ser chamada de "católica". A escola, fundada em 2003, atende alunos de baixa renda do quinto ao oitavo ano.

A decisão do bispo se deu, como explica no decreto oficial publicado em 16 de junho no site da diocese, "depois de discussões nos últimos meses na tentativa de encontrar alternativas a hastear as bandeiras Black Lives Matter  e do orgulho gay do lado de fora da escola, inconsistente com o ensinamento católico".

Em carta aberta de 4 de maio de 2022, dom McManus disse que "esses símbolos incorporam agendas ou ideologias específicas que contradizem o ensinamento social e moral católico": "a bandeira 'orgulho gay' representa o apoio ao casamento homossexual e a viver ativamente um estilo de vida LGBTQ+".

"Isso também é válido para 'Black Lives Matter'. A Igreja Católica ensina que toda a vida é sagrada e a Igreja certamente endossa inequivocamente a frase 'vidas negras importam' e afirma fortemente que todas as vidas importam". No entanto, disse o bispo de Worcester, "o movimento 'Black Lives Matter' se apropriou da frase e promove uma plataforma que contradiz diretamente a doutrina social católica sobre a importância e o papel da família nuclear e procura desestruturar a estrutura familiar em clara oposição aos ensinamentos da Igreja Católica".

"Hastear estas bandeiras em frente a uma escola católica envia ao público uma mensagem contraditória, confusa e escandalosa sobre a posição da Igreja em relação a estas importantes questões morais e sociais", escrerveu dom McManus.

Agora, com o decreto do bispo "a Nativity School de Worcester está proibida a partir deste momento de se identificar como uma escola 'católica' e não pode mais usar o título 'católica' para se descrever".

Dom McManus também proibiu a celebração de missas, sacramentos e sacramentais "nas instalações da Nativity School" e que "a Nativity School os patrocine em qualquer igreja ou capela na diocese de Worcester".

"A Nativity School não está autorizada a realizar qualquer arrecadação de fundos envolvendo instituições diocesanas na diocese de Worcester e não está autorizada a ser listada ou publicitada no Diretório Diocesano", afirma o decreto.

O bispo ordenou ainda que "o nome do bispo emérito Daniel P. Reilly seja retirado da lista do Conselho Diretor da Nativity School".

O presidente da Nativity School, Tomas McKenney, respondeu disse que a escola jesuíta vai recorrer da decisão "através dos canais apropriados fornecidos pela Igreja em circunstâncias como esta".

McKenney também disse que continuará a hastear as bandeiras gay e do Black Lives Matter por causa de seu "compromisso com nossa missão, fundamentado e animado pelos valores do Evangelho, do ensinamento social católico e de nossa herança jesuíta".

Dom McManus afirmou em seu decreto que a recusa da escola em remover as bandeiras não lhe deixou "escolha a não ser tomar uma ação canônica

A instrução da Santa Sé sobre as escolas católicas

Após recordar que, como bispo diocesano é também seu dever assegurar a educação católica na sua jurisdição, dom McManus lembrou que no dia 29 de maio a Congregação para a Educação Católica da Santa Sé publicou a instrução "A identidade da escola católica para uma cultura do diálogo".

Entre outras coisas, o texto afirma que "as escolas católicas fazem parte da missão da Igreja (par. 21) e têm a grande responsabilidade de dar testemunho através de um projeto educativo claramente inspirado no Evangelho (par. 28)".

O documento indica ainda que "a escola católica é um sujeito eclesial. Como tal, ela partilha a missão evangelizadora da Igreja e é o lugar privilegiado no qual se realiza a educação cristã".

Por isso, dom McManus destacou que, "como bispo diocesano, é meu dever sagrado e minha responsabilidade inerente determinar quando uma escola que se diz 'católica' está agindo contra os ensinamentos da Igreja Católica e ignora minha legítima autoridade como guardião e supervisor da educação católica na diocese de Worcester".

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