24 de novembro de 2024 Doar
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Padre conta como viveu o massacre de Pentecostes na Nigéria

Padre Andrew Adeniyi Abayomi | ACN

O padre Andrew Adeniyi Abayomi, da paróquia de São Francisco Xavier, Nigéria, invadida durante a missa de Pentecostes por homens armados que mataram pelo menos 41 fiéis, contou à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) o que passou.

O padre Abayomi disse que estava no presbitério, encarregado de preparar tudo para a procissão solene quando o ataque terrorista começou. "Eu tinha terminado a missa e estava reabastecendo o incenso para a procissão subsequente fora da igreja. Foi quando ouvi um barulho", disse.

 No início pensou que se tratava de "uma porta batendo, ou alguém que tivesse caído ou alguém que tivesse visto um cobra, como já aconteceu outras vezes".

"Fiquei em choque, imaginando o que estava acontecendo, quando alguém correu até mim gritando: Padre, pistoleiros", contou.

O padre Abayomi disse que não conseguiu ver os agressores e que, embora o número total não seja conhecido, algumas "testemunhas oculares" disseram que havia entre quatro e seis pessoas, e outras dizem que também houve "outros infiltrados" que participaram do ataque à missa.

Ele contou que após o início do ataque terrorista, "alguns se prepararam e fecharam a porta da frente" e exortou os fiéis "a passarem pelo presbitério para entrar na sacristia, alguns paroquianos escaparam por lá".

"Fiquei dentro da sacristia. Eu não conseguia me mexer porque estava cercado de crianças, enquanto alguns adultos se agarravam a mim; algumas crianças até se escondiam debaixo da minha casula, eu as protegia como uma galinha seus pintinhos", enquanto eles "exclamavam: 'Pai, por favor, salve-nos; Pai, ore!", lembrou ele.

O padre Abayomi disse que tentou tranquilizar os fiéis dizendo-lhes "que estava orando e que Deus faria algo", até ouvir "três ou quatro explosões, uma após a outra".

"O ataque foi bem planeado e durou entre 20 e 25 minutos", disse o padre depois desse tempo foi-lhes dito que "os atacantes tinham ido embora".

"Saímos da sacristia e vi os paroquianos mortos e muitos outros feridos. Fiquei chocado", acrescentou.

"Deixamos os cadáveres para trás enquanto tentávamos salvar os feridos", disse o padre. Ele disse que implorou que levassem os feridos ao hospital e que "com a ajuda de paroquianos que sabem dirigir" conseguiu transferir alguns "para o hospital de São Luís e para o centro de saúde federal".

Abayomi disse que "os seguranças próximos e a polícia não vieram em nosso socorro, embora o ataque tenha durado 20 minutos e quatro dispositivos tenham explodido".

Além disso, ele observou que o ataque pode ter sido causado por "grupos militantes que estão mobilizando pessoas no sudoeste e em outros lugares" na Nigéria, e que, embora alguns tenham visto os agressores, não podem determinar sua tribo, raça ou grupo, "porque não falaram".

O padre Abayomi disse que agora estão tratando os feridos e as vítimas. "Nós lhes damos o cuidado pastoral, nós os visitamos, rezamos com eles, administramos o sacramento dos enfermos e os encorajamos a manter viva a esperança. Também cuidamos de suas famílias e de outras pessoas enlutadas".

O padre afirmou que ao se encontrar com as vítimas "não vi uma perda de fé, mas um fortalecimento. Eles estão preparados e dispostos a permanecer firmes."

"Continuo a rezar por eles todos os dias" e celebro a Missa pela saúde dos feridos, pelo descanso eterno dos defuntos e pelas intenções dos paroquianos, "para que permaneçam firmes na fé e vivos na esperança", disse.

Para o padre Abayomi, embora "o medo tenha se instalado na mente de alguns paroquianos", eles estão "determinados a reanimá-los, mantê-los firmes na fé e consolá-los".

"O objetivo é estabelecer contato direto com eles para fortalecê-los e lembrá-los de que professar nossa fé em Deus significa entregar-lhe toda a nossa vida. Esta vida é apenas um trânsito para a eternidade - a eternidade deve ser nossa meta final", concluiu.

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