REDAÇÃO CENTRAL, Jun 17, 2022 / 15:20 pm
Lightyear, o novo filme infantil da Pixar e spin-off da saga Toy Story, foi banido em 14 países do Oriente Médio e da Ásia devido a uma cena que mostra um beijo lésbico. Inicialmente, a Disney, empresa proprietária da Pixar, havia removido a cena, mas voltou atrás por pressão da equipe de criadores. A proibição da Lightyear ocorreu basicamente em países de maioria muçulmana.
Os animadores da Pixar publicaram uma carta aberta dizendo que a Disney tinha exigido cortes, censurando o "afeto abertamente gay", e em protesto contra a forma como o CEO da Disney, Bob Chapek, lidou com a lei da Flórida, Estados Unidos, chamada por seus críticos de "Não diga gay" (Don't say gay), que proíbe a doutrinação de crianças com ideologia de gênero nas escolas.
Em entrevista à agência Reuters, Chris Evans, que interpreta a voz do personagem principal Buzz Lightyear, criticou as pessoas que rejeitaram o beijo lésbico no filme chamando-as de "idiotas".
"Meus filhos adoram os filmes de Toy Story. Mas não veremos Lightyear. Não vou assistir a um filme infantil em minha casa que tente normalizar o comportamento desordenado. Isso não vai acontecer", criticou em suas redes sociais a ativista pró-vida americana Abby Johnson, mãe de oito filhos.
Giuliana Calambrogio, peruana, mãe de oito filhos e mestre em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, disse à ACI Prensa que, "acima de tudo, a inocência dos filhos deve ser protegida" e "não colocá-los em situações em que tenham um conflito entre o que é natural e aquelas situações em que, embora aconteçam, não fazem parte do comum".
"Uma criança entre 4 e 6 anos está na idade do pensamento imaginário, acredita em unicórnios, fadas, Papai Noel, por isso alguns aproveitam essa idade para introduzir a ideia de gênero, de homossexualidade e tentam normalizar isso, algo que também se tornará um padrão que eles verão ao longo de seu desenvolvimento devido à influência da cultura e do cinema", afirmou.
Segundo Calambrogio, uma cena lésbica como a de Lightyear "não é anedótica, porque as crianças vão ver seus modelos, seus super-heróis, neste filme". "Então, vê-se que o super-herói endossa a relação entre mulheres do mesmo sexo, que procura equiparar essa relação afetiva com a relação conjugal, o que não é a mesma coisa", disse.
A líder pró-vida acredita que "é importantíssima a mensagem dada pelos países que proibiram o filme, porque sabotam as bilheterias e estão preservando a inocência e o desenvolvimento psicoafetivo de seus filhos".
"São sociedades nas quais, embora haja uma fé diferente do cristianismo, são coerentes", declarou.
Lightyear estreou ontem (16) em vários países da América Latina, inclusive no Brasil, e hoje estreia nos Estados Unidos.
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