22 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco pede para não esquecer os cristãos da “amada e martirizada Síria”

Papa Francisco com os bispos da Igreja greco-católica melquita | Vatican Media

O papa Francisco recebeu hoje (20) em audiência os bispos do sínodo da Igreja greco-católica melquita, diante dos quais manifestou sua preocupação pelos cristãos perseguidos na Síria.

Em seu discurso, o papa falou da "amada e martirizada Síria" e destacou que "os dramas dos últimos meses, que tristemente nos obrigam a voltar o olhar para o leste da Europa, não devem nos fazer esquecer o que vem acontecendo há doze anos em sua terra".

O papa recordou a vigília de oração pela paz na Síria celebrada no Vaticano em 2013, primeiro ano de seu pontificado. Francisco lamentou os "milhares de mortos e feridos, milhões de refugiados dentro do país e no exterior, a impossibilidade de iniciar a reconstrução necessária".

"Em mais de uma ocasião, encontrei e ouvi histórias de jovens sírios que vinham aqui, e fiquei impressionado com o drama que carregavam dentro de si, pelo que viveram e viram, mas também pelos seus olhares, quase sem esperança, incapazes de sonhar com um futuro para sua terra", disse. "Não podemos permitir que a última faísca de esperança seja tirada dos olhos e corações dos jovens e das famílias".

"Portanto, renovo meu apelo a todos aqueles que têm responsabilidade, dentro do país e da comunidade internacional, para que seja alcançada uma solução equilibrada e justa para a tragédia na Síria", pediu.

O papa convidou os bispos a "viver a comunhão de oração e intenção entre vocês e com o Patriarca, entre bispos e presbíteros e diáconos, com os religiosos e religiosas, e com os fiéis leigos, todos juntos formando o Povo santo de Deus".

Francisco disse estar preocupado com a sobrevivência dos cristãos no Oriente Médio e destacou que esses bispos enfrentam "um desafio eclesial, mas também cultural e social, não sem dificuldades e obstáculos".

"Ao mesmo tempo, é também uma grande ocasião: manter-se arraigados nas próprias tradições e origens, abrindo-se à escuta dos tempos e lugares onde vocês estão espalhados, a fim de responder ao que o Senhor pede hoje à sua Igreja", afirmou.

"Dentro do Sínodo, encorajo-vos a exercer suas competências com muita sabedoria: sei que em algumas Igrejas orientais começaram as reflexões sobre o papel e a presença dos bispos eméritos, especialmente os que têm mais de oitenta anos, que em alguns Sínodos são um número consistente", disse.

"Exorto-vos – e vos agradeço pelo vosso empenho nisso – a fazer resplandecer o rosto da Igreja, que Cristo comprou com o seu sangue, apartando as divisões e as murmurações, que não fazem senão escandalizar os pequeninos e dispersar o rebanho que Ele vos confiou", disse o papa.

O papa Francisco reiterou seu alerta sobre as fofocas e pediu que "se um tem algo a dizer ao outro, diga na cara, com caridade, mas diga à pessoa. Como homens. Pode dizer a ele sozinho ou na frente dos outros: correção fraterna".

"Abençoo de coração cada um de vocês e seu trabalho sinodal. Que a Santíssima Virgem, Mãe da Igreja, vos acompanhe. E peço a caridade de rezar por mim. Eu preciso", concluiu o papa Francisco.

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