REDAÇÃO CENTRAL, Jun 24, 2022 / 16:40 pm
A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) celebrou este 24 de junho como um "dia histórico" pela anulação da decisão da Suprema Corte no caso Roe x Wade, que abriu as portas para o aborto legal nos Estados Unidos em 1973. Para a entidade, é hora de "construir um EUA pós-Roe".
Em um comunicado, dom José Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da USCCB, e dom William Lori, arcebispo de Baltimore e presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da USCCB, disseram que "este é um dia histórico na vida de nosso país, que mexe com nossos pensamentos, emoções e orações".
"Por quase cinquenta anos, os EUAimpuseram uma lei injusta que permitiu a alguns decidir se outros podem viver ou morrer; esta política resultou na morte de dezenas de milhões de crianças não nascidas, gerações às quais foi negado até mesmo o direito de nascer", disseram os bispos.
A Suprema Corte dos Estados Unidos anulou hoje, por seis votos a três, a sentença do caso Roe x Wade, defendendo que a Constituição dos Estados Unidos "não faz referência ao aborto" e "tal direito não está protegido implicitamente por nenhuma disposição constitucional".
Com a decisão da Suprema Corte, a legalidade do aborto dependerá da legislação de cada Estado do país.
Após a decisão, o aborto já é completamente ilegal em 14 estados. Em outros três Estados, entram em vigor proibições de realizar o aborto a partir do momento em que é detectado o batimento cardíaco do bebê no ventre.
Em 18 estados foram aprovadas leis para que o aborto continue sendo legal. Em casos como Colorado, Washington D.C. e Nova York, essa prática é permitida até o momento do parto natural.
Em quatro Estados, Alasca, Kansas, Iowa e Montana, as supremas cortes estaduais entenderam que existe um "direito ao aborto" em suas constituições. No Novo México e em Michigan, suas leis permanecem ambíguas sobre o assunto.
A USCCB disse que "os Estados Unidos foram fundados sobre a verdade de que todos os homens e mulheres são criados iguais, com os direitos dados por Deus à vida, à liberdade e à busca da felicidade".
"Esta verdade foi gravemente negada pela decisão Roe x Wade da Suprema Corte dos Estados Unidos, que legalizou e normalizou a retirada de vidas humanas inocentes. Damos graças a Deus hoje que a Corte tenha revogado esta decisão agora".
"Rezamos para que nossos representantes eleitos adotem agora leis e políticas que promovam e protejam os mais vulneráveis entre nós", acrescentaram.
"Nosso primeiro pensamento está com os pequeninos cujas vidas foram tiradas desde 1973", disseram. "Lamentamos sua perda e confiamos suas almas a Deus, que os amou antes de todos os tempos e que os amará por toda a eternidade".
"Nossos corações também estão com todas as mulheres e homens que sofreram terrivelmente com o aborto; rezamos por sua cura e lhes asseguramos nossa contínua compaixão e apoio", acrescentaram.
A USCCB destacou que a decisão de hoje da Suprema Corte "também é fruto das orações, sacrifícios e ativismo de inúmeros americanos comuns de toda forma de vida".
"Este é o momento de começar o trabalho de construir de um Estados Unidos pós-Roe. É hora de curar feridas e reparar as divisões sociais; é um momento para uma reflexão fundamentada e diálogo civil, para nos unirmos para construir uma sociedade e uma economia que apoiem os casamentos e as famílias, e onde cada mulher tenha o apoio e os recursos necessários para trazer seu filho a este mundo com amor", disse a USCCB.
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