5 de novembro de 2024 Doar
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Santa Sé confirma venda de propriedade em Londres que estava no centro de julgamento financeiro

Imagem ilustrativa | Bandeira do Vaticano. Crédito: David Ramos (ACI)

A Santa Sé confirmou a venda de uma propriedade de luxo em Londres que estava no centro de um julgamento de corrupção financeira.

Um comunicado datado de 1º de julho da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA) diz que o Vaticano vendeu o prédio da Sloane Avenue, 60, em Londres, à Bain Capital por 186 milhões de libras esterlinas, cerca de US$ 223,6 milhões.

"As perdas sofridas com relação ao valor gasto na compra do imóvel foram transferidas para a reserva da Secretaria de Estado, sem afetar de forma alguma o Óbolo de São Pedro, e com ele as doações dos fiéis", disse.

A Secretaria de Estado começou a comprar o edifício há oito anos como uma propriedade de investimento destinada a desenvolver apartamentos de luxo. O Vaticano gastou cerca de 350 milhões de euros (US$ 364 milhões) investindo em um prédio que seu proprietário anterior havia comprado por 129 milhões de libras (US$ 155 milhões), segundo a Associated Press.

As circunstâncias que cercam a compra da propriedade são o foco de um julgamento em andamento nos tribunais do Vaticano com acusações de fraude e peculato contra 10 pessoas.

Em novembro de 2020, o papa Francisco tirou da Secretaria de Estado a responsabilidade pela gestão de fundos financeiros e ativos imobiliários, incluindo o edifício de Londres.

Numa carta de agosto de 2020, o papa pediu "atenção especial" a dois assuntos financeiros específicos: os "investimentos feitos em Londres" e o fundo de investimento Centurion Global.

O papa Francisco pediu que a Santa Sé "saia o mais rápido possível" dos investimentos, ou "pelo menos se desfaça deles de forma que sejam eliminados todos os riscos para a sua reputação".

O controle dos ativos imobiliários e fundos de investimento da Secretaria passou para as mãos da APSA, que recebeu 16 ofertas iniciais para comprar o imóvel em Londres em setembro de 2021.

No seu comunicado mais recente, a APSA disse que trabalhou com o corretor imobiliário Savills na venda "a fim de garantir a transparência e independência do processo de avaliação" e que a Secretaria para a Economia acompanhou todas as etapas do processo.

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