22 de dezembro de 2024 Doar
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Não somos guardiões do passado, mas profetas do futuro, diz cardeal espanhol sobre Sínodo da Sinodalidade

Cardeal Juan José Omella e bispos apresentam síntese diocesana do Sínodo da Sinodalidade | Conferência Episcopal Espanhola (CC BY-SA 2.0).

"Não somos os guardiões do passado, mas somos os profetas do futuro, porque Jesus Cristo é Deus ontem, hoje e sempre", disse o arcebispo de Barcelona e presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), cardeal Juan José Omella. Omella falou na apresentação do resultado da fase nacional do Sínodo da Sinodalidade convocado pelo papa Francisco para 2023.

Na fase diocesana, os bispos do mundo inteiro ouviram contribuições dentro de suas dioceses. Os informes sobre as discussões realizadas estão sendo enviados para a Santa Sé, que preparará um documento de trabalho. Esse documento será a base para a reunião dos bispos propriamente dita em outubro do ano que vem.

Para Omella, o sínodo é uma "estrada da comunhão", mas lamentou que "muitos não tenham podido participar".

O Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS, na sigla em espanhol) mostra em seu último levantamento geral mensal do mês de junho que na Espanha 8,5 milhões de pessoas se declaram católicas praticantes.

Segundo dados oficiais da CEE, cerca de 215 mil fiéis participaram diretamente do processo sinodal, 2,5% dos católicos praticantes.

Dos que participaram do sínodo 80% de leigos adultos. Desse grupo, 70% foram mulheres.

Do restante, 10% são jovens e 5% crianças e adolescentes. A porcentagem de participação dos consagrados, religiosos e padres é cerca de 10%, segundo as mesmas fontes oficiais.

Omella disse ​​em entrevista concedida à rede de televisão TRECE, da CEE, que viveu o processo sinodal "com muita alegria", pelo entusiasmo dos participantes e porque as contribuições deles, discernidas à luz do Evangelho e do Espírito Santo, levam a "um compromisso comum de evangelizar o mundo de hoje".

Para ele, o aspecto mais importante desse processo é que "as pessoas descobriram que têm um papel dentro da Igreja, que não são apenas consumidores, receptores de uma mensagem, de uma doutrina", mas que "são protagonistas e querem colaborar e contribuir".

Sobre a síntese final das contribuições, Omella destaca que "o importante não são as preocupações" levantadas pelos participantes, mas sim ter entrado em um dinamismo de reflexão comum que leve à renovação e seja sinal de esperança.

Na síntese final da fase diocesana do Sínodo da Sinodidade, encerrada em 11 de junho pela Conferência Episcopal Espanhola, consta que "embora sejam questões levantadas apenas em algumas dioceses e, nelas, por um número reduzido de grupos ou indivíduos, achamos conveniente incorporar nesta síntese, pela sua relevância no imprescindível diálogo eclesial e com os nossos concidadãos, o pedido que formulam sobre a necessidade de discernir com maior profundidade a questão do celibato facultativo no caso dos sacerdotes e da ordenação de casados; em menor medida, surgiu também o tema da ordenação de mulheres".

Essas propostas já haviam sido coletadas nos documentos da arquidiocese de Barcelona e Saragoça.

Abusos na igreja

Por outro lado, Omella disse que o drama dos abusos dentro da Igreja é uma realidade dolorosa que também é vivida "com esperança", devido ao processo de reflexão, conversão e implementação de medidas para que não se repitam.

O cardeal disse que é necessário que este processo interno da Igreja, que teve uma auditoria externa na Espanha, seja estendido a toda a sociedade, "com a intenção de que todos melhoremos nesse caminho".

Roe x Wade e o suposto "direito" ao aborto

Perguntado sobre a recente decisão da Suprema Corte dos EUA que anulou em 24 de junho a sentença Roe x Wade, que legalizou o aborto em 1973, o cardeal expressou sua confiança de que representa uma mudança e um estímulo para outros Estados na defesa da vida humana:

"Vai marcar caminhos e deve fazer com que todos nós reflitamos", disse Omella, afirmando que "a vida é um dom que não podemos destruir".

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