18 de dezembro de 2024 Doar
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“Fazei ouvir a vossa voz! Se não vos ouvirem, gritai ainda mais forte”, diz o papa aos jovens

Papa Francisco saúda os jovens | Daniel Ibáñez (ACI)

"Fazei ouvir a vossa voz! Se não vos ouvirem, gritai ainda mais forte, fazei rumor, tendes todo o direito de dar a vossa opinião sobre o que diz respeito ao vosso futuro. Encorajo-vos a ser empreendedores, criativos e críticos", disse Francisco aos jovens da Conferência Europeia da Juventude.

Na sua mensagem dirigida à "Conferência da Juventude da UE" que acontece em Praga, República Checa, de 11 a 13 de julho de 2022 sobre o tema "Trabalhar juntos por uma Europa sustentável e inclusiva", o papa disse aos jovens europeus que têm "uma missão importante: apresentar ao mundo um novo rosto da Europa".

Francisco falou que os jovens europeus são pessoas "de olhar amplo, aberto, capazes de ver mais além", e defendeu que "vendo como está a andar este mundo guiado por adultos e idosos, parece que deveríeis antes ser vós a educar os adultos para a fraternidade e a convivência pacífica!"

Além disso, convidou os jovens a não terem medo de exigir, "tendes o direito de receber o melhor para vós próprios, tal como os vossos educadores têm o dever de dar o melhor de si mesmos".

O papa destacou o valor da inclusão e encorajou: "não vos deixeis arrastar por ideologias míopes que pretendem mostrar-vos o outro, o diverso como um inimigo".

"Sejamos solidários com todos; não só com quem se parece comigo ou mostra uma imagem de sucesso, mas também com aqueles que sofrem, independentemente da sua nacionalidade e condição social. Não esqueçamos que, no passado, milhões de europeus tiveram de emigrar para outros continentes em busca de um futuro", lembrou.

"Oxalá tenhais «olhos grandes» para ver todo o resto da humanidade, que não se reduz à pequena Europa; oxalá aspireis a uma vida digna, mas sóbria, sem luxo nem desperdícios, para que todos possam habitar o mundo com dignidade".

Francisco também convidou os jovens a lerem a Encíclica 'Laudato si' e lembrou que "na Ucrânia (que não é União Europeia, mas é Europa), combate-se uma guerra absurda. Esta, juntando-se aos numerosos conflitos em curso em diversas regiões do mundo, torna ainda mais urgente um Pacto Educativo que a todos instrua para a fraternidade".

Segundo Francisco, "todos nós devemos empenhar para pôr fim a esta loucura da guerra" e recordou que "disse alguém que, se o mundo fosse governado pelas mulheres, não haveria tantas guerras, porque elas que têm a missão de dar a vida não podem abraçar opções de morte".

"De modo semelhante apraz-me pensar que, se o mundo fosse governado pelos jovens, não haveria tantas guerras: aqueles que têm toda a vida diante de si, não a querem esfrangalhar e malbaratar, mas vivê-la em plenitude", disse.

Mais tarde, o papa recordou "a figura extraordinária de um jovem objetor, um jovem europeu dos 'olhos grandes', que lutou contra o nazismo durante a II Guerra Mundial, Franz Jägerstätter, proclamado beato pelo papa Bento XVI".

"Franz era um jovem agricultor austríaco que, devido à sua fé católica, fez objeção de consciência perante a ordem de jurar fidelidade a Hitler e ir para a guerra", disse o papa.

"Se todos os jovens chamados às armas tivessem feito como ele, Hitler não teria conseguido realizar os seus planos diabólicos. Para vencer, o mal precisa de cúmplices", disse Francisco.

"Queridos jovens europeus, convido-vos a olhar mais além, para o Alto, procurando sempre o sentido da vossa vida, a vossa origem, o fim, a Verdade, porque não se vive se não se busca a Verdade".

"Caminhai com os pés bem assentes na terra, mas com um olhar amplo, aberto para o horizonte, para o céu. Poder-vos-á ajudar nisto a leitura da Exortação apostólica Christus vivit, dirigida especialmente aos jovens. E depois convido-vos a todos para a Jornada Mundial da Juventude do próximo ano em Lisboa, onde podereis partilhar os vossos sonhos mais belos com jovens de todo o mundo".

"E quero concluir com um voto: que sejais jovens generativos, capazes de gerar novas ideias, novas visões do mundo, da economia, da política, da convivência social; e não só novas ideias, mas sobretudo novos caminhos para serem percorridos juntos".

"E que sejais generosos também em gerar novas vidas, sempre e só por amor! Amor ao vosso marido e à vossa esposa, amor à família, amor aos vossos filhos, e também amor à Europa a fim de ser, para todos, terra de paz, liberdade e dignidade", concluiu o papa.

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