22 de novembro de 2024 Doar
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Pai de acusador morto denuncia o cardeal Pell

Cardeal George Pell | Daniel Ibáñez (ACI)

Embora o cardeal George Pell tenha sido inocentado das acusações de abuso sexual pela Justiça australiana, o pai do acusador morto em 2014, aos 31 anos, de overdose de heroína, entrou com uma ação contra o cardeal na Austrália ontem (14).

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), o demandante alega ter sofrido danos psicológicos devido às acusações feitas por seu filho contra o cardeal, que ficou preso por 13 meses antes de ter sua condenação por um júri anulada em novo julgamento.

O pai, cuja identidade e a de seu filho não podem ser reveladas pela lei australiana, disse que em 2019 já pensava em processar o cardeal Pell, absolvido da acusação de ter abusado de seu filho na sacristia da catedral de Melbourne, quando ele tinha 13 anos e era membro do coral.

AP diz que o processo foi apresentado à Suprema Corte de Victoria e que o tribunal começará a ouvir o caso em 4 de agosto.

A advogada do pai, Lisa Flynn, disse que a decisão unânime dos juízes do Supremo Tribunal da Austrália se referia apenas ao julgamento criminal e não ao julgamento civil.

Entre os problemas que o pai diz ter sofrido estão choque nervoso, ansiedade, depressão e transtorno de luto persistente, para o qual agora pede uma compensação financeira.

A via-sacra do cardeal Pell

Como prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, o cardeal Pell teve a missão de supervisionar os movimentos financeiros entre 2014 e 2018, onde um de seus maiores obstáculos foi a recusa do cardeal Angelo Becciu em colaborar em seu trabalho de supervisão.

O cardeal Becciu foi substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé entre 2011 e 2018, ano em que o papa Francisco o criou cardeal e o nomeou prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cargo a que renunciou em 2020, após acusações de corrupção.

Becciu teria se envolvido em escândalos financeiros, como a compra de um prédio em Londres.

Após o confronto entre os cardeais, ressurgiu uma antiga denúncia contra o cardeal Pell por abuso, desde o tempo em que era bispo na Austrália.

Após uma primeira condenação que o enviou para a prisão por mais de 13 meses, o cardeal Pell foi considerado inocente de todas as acusações de abuso.

Segundo relatos da mídia italiana, o cardeal Becciu teria enviado 700 mil euros de fundos da Santa Sé para a Austrália durante o julgamento de Pell.

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