24 de novembro de 2024 Doar
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Caminho Sinodal na Alemanha pode ameaçar a unidade da Igreja, adverte a Santa Sé

Imagem referencial. Crédito: Daniel Ibáñez | ACI Prensa

"Para proteger a liberdade do Povo de Deus e o exercício do ministério episcopal, parece necessário especificar que o 'Caminho sinodal' na Alemanha não tem poder para obrigar bispos e fiéis a assumirem novas formas de governo e novas abordagens de doutrina e moral", diz um comunicado publicado hoje (21) pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O comunicado diz que "não seria lícito iniciar nas dioceses, antes de um acordo no âmbito de toda a Igreja, novas estruturas oficiais ou doutrinas, que seriam uma ferida à comunhão eclesial e uma ameaça à unidade da Igreja".

"Como recordava o Santo Padre na sua Carta ao Povo de Deus que está a caminho na Alemanha: 'A Igreja universal vive nas e das Igrejas particulares, assim como as Igrejas particulares vivem e florescem na e da Igreja universal, e se se encontram separadas de todo o corpo eclesial, se enfraquecem, apodrecem e morrem'".

"Daí a necessidade de manter sempre viva e eficaz a comunhão com todo o corpo da Igreja", disse a Santa Sé.

"Espera-se que as propostas do Caminho das Igrejas particulares na Alemanha confluam no caminho sinodal que a Igreja inteira está percorrendo, para um enriquecimento recíproco e um testemunho daquela unidade com a qual o corpo da Igreja manifesta sua fidelidade a Cristo Senhor", conclui o comunicado da Santa Sé.

O Caminho Sinodal Alemão se descreve como um processo que reúne os bispos da Alemanha e leigos selecionados para debater e aprovar resoluções sobre o modo como o poder é exercido na Igreja, moral sexual, o sacerdócio, e o papel das mulheres, temas sobre os quais manifestaram várias vezes e publicamente opiniões contrárias à doutrina da Igreja.

Os participantes neste Caminho Sinodal votaram a favor de rascunhos de documentos que pedem a ordenação de mulheres, bênçãos para uniões homossexuais, e mudanças na doutrina da Igreja sobre atos homossexuais, o que provocou acusações de heresia e temores de cisma.

Em junho de 2019 o papa Francisco enviou uma carta de 19 páginas aos católicos alemães instando-os a se concentrar na evangelização diante de uma "crescente erosão e deterioração da fé" no país, e pediu aos fiéis que se convertam, rezem e jejuem.

Numa entrevista publicada em 14 de junho, Francisco falou que durante uma conversa com o presidente da Conferência Episcopal da Alemanha, dom Georg Bätzing, disse-lhe que o país já tem "uma igreja evangélica muito boa" e "não precisa de duas".

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