19 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco felicita ministério "LGBTQ" de jesuíta James Martin

Papa Francisco e padre James Martin | Daniel Ibáñez (ACI) e Flickr de Shawn (CC BY-NC 2.0).

O papa Francisco felicitou o ministério pró-homossexual do padre americano James Martin, jesuíta como ele. Martin tem um ministério chamado Outreach (Alcance) que realizou um evento realizado nos dias 24 e 25 de junho em Nova York, EUA.

Numa carta datada de 20 de julho, divulgada ontem (2) pelo padre James Martin, Francisco agradece por uma carta enviada "há algumas semanas junto com o folheto Outreach2022".

"Parabéns por ter podido realizar o evento pessoalmente este ano", disse Francisco.

O papa disse a Martin que "o mais valioso não é o que aparece nos folhetos e nas fotos, mas o que aconteceu nos encontros interpessoais".

"De fato, a pandemia nos fez buscar alternativas para encurtar distâncias. Também nos ensinou que há coisas que são insubstituíveis, entre elas poder olhar-nos 'cara a cara' mesmo com quem pensa diferente ou com quem as diferenças parecem nos separar e até nos confrontar".

Francisco disse a Martin que "quando superamos essas barreiras, percebemos que é mais o que nos une do que o que nos distancia".

Ao concluir a carta, o papa Francisco exortou o ministério do jesuíta americano "a continuar trabalhando na cultura do encontro, que encurta distâncias e nos enriquece com as diferenças, assim como fez Jesus, que se tornou próximo de todos".

"Asseguro-lhes minha oração. Não deixem de rezar por mim. Que Jesus os abençoe e a Virgem Santíssima cuide de vocês", concluiu.

Martin expressou sua alegria em compartilhar a carta do papa Francisco e disse que "somos gratos ao Santo Padre por seu apoio e suas orações".

Um "novo recurso católico LGBTQ"

Em seu site, Outreach se apresenta como um "novo recurso católico LGBTQ", que oferece "notícias, recursos e comunidade para católicos LGBTQ, suas famílias e amigos e aqueles que os servem na Igreja Católica em todo o mundo". LGBTQ é a sigla usada pela ideologia de gênero para identificar lésbicas, gays, transgêneros, que são as pessoas que se identificam com o sexo oposto ao seu, e queer, que são as pessoas que não se identificam com seu sexo natural nem com nenhuma das categorias anteriores.

"Através do nosso site e conferências, também procuramos apresentar pessoas, paróquias, escolas e outros ministérios e organizações católicos que oferecem histórias inspiradoras e proporcionam um lar para pessoas LGBTQ", diz Outreach.

Na conferência Outreach 2022, que aconteceu no campus da Fordham University em Manhattan, Nova York, foram dadas palestras como "O Arco-Íris Católico: Raça, Etnia e Interseccionalidade" e "Melhores Práticas: Ministério LGBTQ em escolas secundárias, preparatórias e universidades católicas".

 

Também foram dadas as palestras "Quem sou eu para julgar? Perspectivas Teológicas para Católicos LGBTQ" e "Melhores Práticas: Ministério LGBTQ em Paróquias Católicas". O nome da primeira palestra alude a uma declaração do papa Francisco no vôo de volta a Roma da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013. Francisco respondia a uma pergunta da jornalista brasileira Ilze Scamparini sobre um representante da Santa Sé no Uruguai acusado de ter tido um relacionamento homossexual com um garoto de progrma. O papa disse que, se alguém é homossexual e busca a Deus, quem seria ele para julgar.

James Martin, o "orgulho" gay e o Sagrado Coração de Jesus

Martin tem sido um aberto defensor da celebração do "orgulho" gay durante o mês de junho.

Em meio a críticas, Martin disse no Twitter em 2 de junho que os católicos "podem celebrar o Mês do Orgulho" porque "para uma pessoa LGBTQ não se trata de celebrar a vaidade, mas de reconhecer a dignidade humana".

"Para a pessoa religiosa, também é uma lembrança de que as pessoas LGBTQ são filhos amados de Deus. #Pride2022", escreveu o jesuíta.

Dias depois, em 14 de junho, James Martin voltou a gerar polêmica ao dizer que o Sagrado Coração de Jesus, cujo mês e festa a Igreja Católica celebra no mês de junho, e o "orgulho" gay são "são complementares e não contraditórios".

A doutrina católica sobre homossexualidade está resumida nos seguintes três artigos do Catecismo da Igreja Católica;

2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

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2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

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