BAGDÁ, Aug 4, 2022 / 15:33 pm
O patriarca da Igreja Católica Caldeia no Iraque, cardeal Louis Raphael Sako, fez um chamado à calma e a uma ação política rápida para evitar que o país entre em guerra civil.
"O cenário é aterrorizante e atrasos não podem ser tolerados", disse Sako, em comunicado divulgado pela agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias. "Os líderes políticos e também as autoridades religiosas devem remediar a situação, antes que se desencadeie um tsunami que possa devastar todos nós".
O Iraque vive uma onda de protestos que culminou em invasões do parlamento. O país está sem presidente e sem governo nacional que os parlamentares ainda não elegeram.
Depois da queda do presidente Saddam Hussein, derrubado pela invasão americana ao país em 2001, foi imposto que o chefe de Estado deveria ser um curdo, etnia minoritária no país; o presidente do parlamento um muçulmano sunita, minoria religiosa no Iraque; e o chefe de governo, com o carago de primeiro-ministro, um muçulmano xiita, confissão majoritária no país.
As eleições parlamentares de 10 de outubro de 2021 deram a vitória à aliança liderada pelo xiita Muqtada Al Sadr, com 73 vagas das 329, insuficiente para montar um governo que conte com apoio da maioria do Parlamento.
Em 9 de janeiro deste ano, o parlamento reelegeu o muçulmano sunita Mohamed al-Halbusi como presidente.
A falta de acordos e boicotes internos desencadearam uma violenta invasão do parlamento em Bagdá na quarta-feira, 27 de julho, pelas mãos de centenas de apoiadores de Al Sadr.
O primeiro-ministro interino, Mustafa al-Kadhimi, pediu que "todas as partes se acalmem, reduzam as tensões e lancem uma iniciativa para alcançar uma solução de base nacional".
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, destacou a necessidade de "um governo nacional eficaz, por meio de um diálogo inclusivo e pacífico, que possa atender prontamente às demandas de reforma".
Na terça-feira (2), Al Sadr pediu a seus seguidores que deixassem o parlamento e continuassem com o protesto do lado de fora, mas ontem (3) rejeitou a proposta de diálogo de vários líderes políticos e continuou com seu plano de dissolver o parlamento, convocar novas eleições e buscar reformas.
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