21 de novembro de 2024 Doar
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É inútil esperar reformas se o coração não muda, diz arcebispo colombiano

Imagem ilustrativa | Avi Chomotovski (Pixabay)

"É inútil esperar mudanças e reformas sociais, se não se transforma o essencial: o coração de cada ser humano", disse o arcebispo de Medellín, Colômbia, dom Ricardo Tobón Restrepo numa coluna publicada ontem (4) no site da Conferência Episcopal da Colômbia.

Para Restrepo, "a sociedade, sobrecarregada por múltiplos fenômenos e situações, pede uma mudança, talvez sem perspectivas muito claras do que quer ou do que pode vir".

"Há uma espécie de desespero por não encontrar o sentido profundo da vida, por ver a eterna desigualdade social que não pode ser superada e por ter que enfrentar os efeitos perversos de falsas soluções como o tráfico de drogas e a violência", disse.

No entanto, disse ele, "não vamos nos enganar; as reformas necessárias para adaptar o presente a um futuro melhor, que vença a mentira, o egoísmo e a injustiça, não virão se a consciência não for educada para gerar uma escala de valores autênticos e nos tornar capazes de encontro, de solidariedade e da fraternidade".

Ele disse que toda pessoa "que não consiga essa mudança será um predador dos outros e da sociedade, um gerador de corrupção e crimes, um inimigo do estado de direito e do bem comum".

"Devemos nos conscientizar de que precisamos, antes de tudo, de uma verdadeira reforma interior", disse ele.

Agir e não ficar em lamentos

Tobón Restrepo disse que "não podemos nos acostumar com indolência ao fato de que tantas pessoas vivem na pobreza", porque "esta indiferença é o que gradualmente aceita que a vida não tem valor e que, para manter o conforto", pode-se abortar e "buscar a eutanásia olhando para os doentes e os idosos como um fardo".

"Diante dessa realidade, todos nós precisamos ser positivos e propositivos. Não podemos ficar lamentando o mal, mas devemos agir contra ele; o futuro não pode ser cancelado, nossa sociedade merece uma oportunidade de avançar", disse.

Dom Ricardo Tobón disse que esta é a missão da Igreja, mostrar, "diante de uma realidade que não responde ao projeto de Deus e diante de ilusões que vislumbram falsas soluções, a verdade sobre a dignidade humana" e "a esperança que vai além do terreno".

"Como Jesus, devemos continuar apelando à conversão, à reforma da mente, à transformação do coração para construir o novo mundo de que necessitamos. Espero que possamos ver e agir antes que seja tarde demais", disse.

Por isso, o arcebispo pediu que os católicos "busquem fazer o bem, trabalhem para que cada família transmita valores e ensine a amar, influenciem para que os diversos grupos e instituições busquem melhorar a vida laboral, social, educativa e política do país".

Ele lembrou que os católicos "devem dar a vida no serviço e missão, derrotando o mal, como Jesus, com o poder da verdade, do bem e do amor".

"Não podemos nos sentir oprimidos ou derrotados, mas urgentemente convocados a trabalhar pela construção de um mundo novo com a força do Espírito do Ressuscitado. O chamado para ser luz e fermento do mundo é muito honroso e urgente", concluiu.

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