Vaticano, Aug 8, 2022 / 11:24 am
O cardeal eslovaco Jozef Tomko, prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos, morreu hoje (8) em Roma, aos 98 anos.
Em 25 de junho, ele foi internado no Hospital Policlínico Gemelli com uma lesão nas vértebras cervicais. Tomko, passou seis semanas no hospital.
Desde 6 de agosto, ele estava em casa com a ajuda de uma enfermeira do Vaticano.
No dia 30 de abril o papa Francisco encontrou-se com ele na Sala Paulo VI. Durante o encontro com os participantes de uma peregrinação eslovaca, o papa disse: "saúdo cordialmente o cardeal Jozef Tomko, cuja presença nos faz sentir que a Igreja é uma família que sabe honrar os idosos como um dom". Depois, Francisco brincou "eu tenho uma dúvida, ele parece mais jovem do que eu!"
A Conferência Episcopal Eslovaca informou sobre a morte do cardeal, pediu orações aos fiéis e informou que o funeral será em Roma, e o enterro será na catedral de Santa Isabel em Kosice.
Dados biográficos
Jozef Tomko nasceu em 11 de março de 1924 em Udavské, na diocese de Kosice, então território da Tchecoslováquia.
Estudou na Faculdade de Teologia em Bratislava, na Universidade Lateranense de Roma e na Pontifícia Universidade Gregoriana, onde concluiu doutorados em teologia, direito canônico e ciências sociais.
Tomko foi ordenado sacerdote em 12 de março de 1949 em Roma. Trabalhou nas dioceses de Roma e Porto e Santa Rufina, de 1950 a 1979. Foi vice-reitor e reitor do Pontifício Colégio Nepomuceno de Roma, de 1950 a 1965.
Entrou ao serviço da Santa Sé em 1962 na Congregação para a Doutrina da Fé.
Foi secretário especial da I Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos no Vaticano de 29 de setembro a 29 de outubro de 1967.
Foi nomeado prelado de honra do papa em 17 de junho de 1970.
Foi subsecretário da Congregação para os Bispos em 1974 e cofundador da revista religiosa do Instituto dos Santos Cirilo e Metódio em Roma.
Em 12 de julho de 1979, foi nomeado secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
Recebeu a ordenação episcopal no Vaticano por são João Paulo II em 15 de setembro de 1979.
Participou da III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano em Puebla, México, de 27 de janeiro a 13 de fevereiro de 1979.
Foi secretário-geral da V Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos em 1980 e da VI Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos em 1983.
Em 24 de abril de 1985, foi nomeado pró-prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
Foi criado cardeal em 25 de maio de 1985; recebeu a diaconia de Gesù Buon Pastore alla Montagnola.
Foi nomeado prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos e grão-chanceler da Pontifícia Universidade Urbaniana, em 27 de maio de 1985.
Participou em várias assembleias do Sínodo dos Bispos, entre elas, a II Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos em 1985; na VII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos em 1987; na VIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos em 1990; na I Assembleia Especial para Europa do Sínodo dos Bispos em 1991; na Assembleia Especial para África do Sínodo dos Bispos em 1994; membro do conselho pró-sinodal da Assembleia Especial para Asia do Sínodo dos Bispos, em setembro de 1995; na Assembleia Especial para América do Sínodo dos Bispos em 1997; na Assembleia Especial para Asia do Sínodo dos Bispos em 1998; na Assembleia Especial para Oceania do Sínodo dos Bispos em 1998 e na II Assembleia Especial para Europa do Sínodo dos Bispos em 1999.
Foi enviado especial do papa em muitas celebrações em vários países, incluindo Uganda; Bogotá, Colômbia; Mali; Dakar, Senegal; Camarões; Reino de Tonga; Accra, Gana; Ilhas Fiji, Polinésia; Lima, Peru; na Namíbia, Windhoec; em Port-Louis, Ilha Maurícia; e no Paraná, Argentina; entre outros.
Participou da IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (CELAM) em Santo Domingo, República Dominicana, de 12 a 28 de outubro de 1992.
Desde 9 de abril de 2001 foi prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
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Em 2004 foi enviado papal ao 48º Congresso Eucarístico Internacional em Guadalajara, México, e em 2008 foi o legado pontifício para a celebração do 49º Congresso Eucarístico Internacional de Québec, Canadá.
Em 2010 foi membro da Comissão Internacional criada para investigar as supostas aparições marianas em Medjugorje junto com os cardeais Camillo Ruini, vigário emérito do papa na diocese de Roma; Julián Herranz, presidente emérito do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos; Josip Bozanić, arcebispo de Zagreb, Croácia; Vinko Puljic, então arcebispo de Vrhbosna e presidente da Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina.
Em 2013 foi um dos três cardeais da comissão que investigou o vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé, conhecidos pela imprensa como Vatileaks.
O cardeal Jozef Tomko, junto com os cardeais Julián Herranz e Salvatore De Giorgi, foram os encarregados de fazer as investigações e entregar ao papa Bento XVI um dossiê que reunia todas as informações arquivadas durante meses de investigação. O conteúdo do documento era totalmente privado e Bento XVI decidiu que apenas os três cardeais e o próximo papa poderiam conhecer o conteúdo do dossiê.
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