4 de dezembro de 2024 Doar
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Doutrinação islâmica não pode ser imposta a alunos católicos no Paquistão, diz líder católico

Foto ilustrativa | Samer Chidiac (Pixabay)

"O ensino de conteúdo islâmico em disciplinas obrigatórias é injusto, pois inclusive os alunos de minorias religiosas são obrigados a estudar e fazer provas nessas disciplinas", diz Peter Jacob, líder católico e diretor do Centro de Justiça Social (CSJ) no Paquistão, à agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias.

Para Jacob, o governo "não deve incluir conteúdos religiosos em disciplinas obrigatórias como urdu e inglês".

Ele ressalta que a Constituição do Paquistão diz que "nenhuma pessoa que frequenta um estabelecimento de ensino será obrigada a receber instrução religiosa, ou a participar em qualquer cerimônia religiosa, se se referir a uma religião diferente da sua".

Por isso, é necessária uma comissão educacional para rever essas políticas de ensino, uma vez que o conteúdo dos livros didáticos e os efeitos que eles estão causando na sociedade não foram analisados.

O professor muçulmano Riaz Shaikh, reitor do Departamento de Ciências Sociais do "Instituto de Ciência e Tecnologia Shaheed Zulfikar Ali Bhutto" em Islamabad, denunciou "a discriminação e as questões de gênero no currículo nacional".

Tauseef Ahmed Khan, membro da Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, destacou que o currículo "inclui conteúdo que semeia ódio a grupos minoritários e isso está se tornando uma fonte para semear ódio nos corações dos alunos".

Sendo assim, não apenas Jacob e a Comissão Nacional de Justiça e Paz (NCJP, na sigla em inglês) da Conferência Episcopal Paquistanesa são os que se manifestam contra esse abuso educacional contra as minorias religiosas, mas também acadêmicos muçulmanos.

O currículo paquistanês foi feito em 2004 e vários especialistas cristãos e muçulmanos pedem um currículo que seja único em nível nacional, de acordo com os padrões internacionais e que promova a paz, a justiça e a inclusão.

Por isso, Kashif Aslam, coordenador de programas do NCJP, disse à Fides que "muito trabalho foi feito nos últimos dez anos para eliminar material de ódio dos livros didáticos".

"Não queremos que seja desperdiçado. Temos que remover o conteúdo que dá origem ao fundamentalismo e inclusive à violência", acrescentou.

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