BOGOTÁ, Aug 17, 2022 / 15:29 pm
O presidente da plataforma cidadã Unidos pela Vida, Jesús Magaña, disse que é "vergonhosa" e "ideologizada" a decisão do governo de Gustavo Petro de não estar presente na votação da resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) que condenou a perseguição na Nicarágua contra a Igreja Católica e qualquer pessoa ou organização que se oponha ao presidente Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional, grupo esquerdista que tomou o poder no país em 1979.
Na sexta-feira (12) em sessão extraordinária, o Conselho Permanente da OEA aprovou uma resolução que "condenou veementemente o fechamento forçado de organizações não governamentais, e o assédio e as restrições arbitrárias de organizações religiosas e das vozes críticas ao governo e suas ações na Nicarágua".
O documento, intitulado "A situação na Nicarágua", foi aprovado com 27 votos a favor, 4 abstenções (El Salvador, Honduras, Bolívia e México) e um voto contra (São Vicente e Granadinas). Dos 34 membros da OEA, só Nicarágua e Colômbia estavam ausentes.
A ausência da delegação colombiana foi criticada dentro e fora do país. Esta é a primeira atuação na OEA do governo de Gustavo Petro, também ele ex-guerrilheiro de esquerda. Petro fez parte do M-19, grupo guerrilheiro praticamente extinto.
"A situação da Colômbia, de não estar presente nessa resolução na sexta-feira é vergonhosa, é uma posição ideologizada do governo Gustavo Petro que não respeita, não defende os direitos humanos que diz defender em sua plataforma ideológica", disse Jesús Magaña à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.
O líder pró-vida disse que é uma atitude comum "entre os governantes de esquerda", de "olhar para o outro lado" quando um regime ideologicamente relacionado comete abusos de direitos humanos.
Magaña disse que "a mesma posição que se manteve em relação a Cuba" é "agora a posição que o governo de Gustavo Petro tem contra a Nicarágua, que viola de forma clara e aberta os direitos fundamentais da população".
Em 26 de novembro de 2016, um dia após a morte de Fidel Castro, o atual presidente da Colômbia manifestou sua admiração pelo ditador cubano.
"Fidel é inseparável da história latino-americana, assim como Bolívar. Dois rebeldes, dois sempre vivos", escreveu Petro em sua conta no Twitter.
Igual que Bolivar es inseparable de la historia latinoamericana, Fidel lo es. Dos rebeldes, dos siempre vivos pic.twitter.com/koMcsivWhj
- Gustavo Petro (@petrogustavo) November 26, 2016
Sobre a ditadura nicaraguense de Daniel Ortega, Magaña disse que "mais cedo ou mais tarde veremos a queda deste regime abominável que irá para a lixeira da história por ser um governo demagógico, opressor, por ser um governo que destrói liberdades totalmente alinhado com essa ideologia marxista que destrói".
Manifestação em frente à embaixada da Nicarágua
Ontem (16) aconteceu uma manifestação em frente à embaixada da Nicarágua em Bogotá, Colômbia, para exigir o fim dos abusos contra os direitos humanos, entre cujas vítimas estão vários padres e o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, cuja casa está cercada pela polícia desde 4 de agosto.
Hoy desde la Embajada de Nicaragua en Colombia decimos que respeten la libertad de cultos y que no queremos un presidente aliado de la dictadura de ortega #ColombiaSinComunismo pic.twitter.com/BMtkU8AP42
- Javier Hernández ??❤️❤️ (@JaviPekerman) August 16, 2022
A manifestação foi convocada por um grupo de jovens chamado Sem Medida, e teve a participação de Unidos pela Vida, Mais Colômbia e outras organizações.
Os manifestantes rezaram o terço e leram um comunicado que foi entregue aos funcionários da embaixada, e que exige a liberdade de dom Álvarez, dos sacerdotes e da população nicaraguense.
Confira também:
Bispos espanhóis se solidarizam com a Igreja perseguida na Nicarágua https://t.co/tqYvoWdqT9
- ACI Digital (@acidigital) August 17, 2022
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