22 de dezembro de 2024 Doar
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Equipe da CNBB elogia contribuição da ‘comunidade LGBTQIAP+’ para o Sínodo da Sinodalidade

Pe. João da Silva Mendonça Filho e pe. Valdecir Badzinski em entrevista à CNBB. | Site da CNBB

Dois integrantes da equipe nomeada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para analisar a fase diocesana do Sínodo sobre a Sinodalidade celebraram a 'contribuição da comunidade LGBTQIAP+'. A sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer e outros, identifica a ideologia de gênero e aparece em dois posts da página oficial da CNBB, aqui na fala do secretário-executivo do regional Sul 2 da CNBB, padre Valdecir Badzinski, e aqui, na fala do padre salesiano João da Silva Mendonça Filho, assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).

Ambos são membros da Equipe de Animação do Sínodo 2023 no Brasil da CNBB, que esteve reunida entre 8 e 12 de agosto na sede da CNBB, em Brasília preparando a síntese das contribuições enviadas pelas dioceses de todo o país.

 A ideologia de gênero é a tese de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher. Em vez de dois polos, a ideologia de gênero acha que existe uma gama de variações, por isso o arco-íris foi escolhido como símbolo do movimento homossexual.

A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: "Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou", na tradução oficial da CNBB.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: "O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.

A doutrina católica sobre a homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo: 2357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2358. Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2359. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

O Sínodo da Sinodalidade vai acontecer no Vaticano em outubro do ano que vem. Será a terceira fase do sínodo. A primeira foi a consulta feita no nível diocesano. Os resultados dessa consulta, já encerrada, serão consolidados em documentos continentais e enviados a Roma para elaboração de um documento de trabalho. Na terceira fase, os bispos discutirão esse documento e apresentarão o documento final ao papa, que pode ou não adotar alguma medida.

O salesiano João da Silva Mendonça Filho disse que um tema que ficou muito evidente foi a reflexão da comunidade LGBTQIAP+. "Recebemos um relatório muito extenso que enviaram para nós sobre esta situação, demonstrando que muitas vezes se sentem rejeitados e até perseguidos nas comunidades. Mas eles mesmo disseram 'não iremos deixar a nossa mãe que é a Igreja' ", disse o padre ao site da CNBB.

Padre João, no entanto, sentiu falta de escutar algumas coisas: "Se eu não me engano, não apareceu nenhuma referência à Laudato si' dentro deste contexto de preocupação da relação do ser humano integral com a natureza e com a casa comum, uma ausência que nos inquieta bastante".

"Eu também poderia dizer que outro elemento que está ausente é a questão indígena. Estamos no Brasil com tantos problemas sobre a questão dos povos originários e pouquíssimo relatórios tocaram neste assunto de forma explícita e forte como está na Querida Amazônia, por exemplo", disse o padre referindo-se ao documento do papa publicado depois do Sínodo da Amazônia.

Para o padre Valdeci Badzinsky, há grupos que não são escutados na Igreja. "São aqueles que vivem à margem, os indígenas, os ribeirinhos, a comunidade LGBTQIA+, os ciganos, os viajantes, os negros", disse ele ao site da CNBB. "É preciso iniciar o processo e ir ao encontro. Se nós queremos uma Igreja em Saída, uma Igreja que busca, é preciso ouvir os que estão dentro, aqueles que estão fora e aqueles que não pertencem, mas que a Igreja quer buscar".

 

 

 

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