21 de novembro de 2024 Doar
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Bispo critica Biden por declarações “repulsivas” em apoio ao aborto

Joe Biden | Flick Gage Skidmore (CC BY-SA 2.0)

O bispo de Winona-Rochester, dom Robert Barron, criticou o presidente dos EUA, Joe Biden, pelas declarações sobre aborto que chamou de "repulsivas".

Num vídeo publicado no YouTube, o bispo Barron disse que muitas vezes "o presidente Biden afirmou sua crença pessoal como católico de que a vida humana começa na concepção e, portanto, o aborto é moralmente errado".

No entanto, "ele sempre foi rápido em acrescentar que não está disposto a usar a lei para impor essa convicção pessoal a ninguém".

Barron disse que "a oposição ao aborto não é uma questão de doutrina no sentido estrito do termo, mas uma conclusão tirada do raciocínio moral e das descobertas da ciência objetiva".

Afirmando que a vida começa na concepção e que "a vida humana inocente nunca deve ser atacada", dom Barron disse que esses princípios "são a base de um argumento contra o aborto que pode e deve ser feito na esfera pública. Claramente não é um dogma do catolicismo".

Barron também disse estar "muito cansado da maneira como o presidente e seus aliados usam o termo impor. Repetidamente eles dizem alguma versão de 'não estou disposto a impor minhas crenças aos outros'".

"As leis não sugerem, mas impõem. Essa é a sua natureza e por trás de toda lei verdadeiramente justa existe algum princípio moral: preservar a vida, estabelecer maior justiça, proteger os pobres promovendo o bem comum etc.", disse Barron.

O bispo também fez um pedido: "Podemos colocar fim à postura tola articulada pela primeira vez pelo governador Mario Cuomo há 35 anos e depois repetida por muitos políticos católicos que 'eu pessoalmente me oponho ao aborto, mas o apoio publicamente'".

A oposição ao aborto "não é uma convicção nascida do dogma, mas do raciocínio moral, é completamente incoerente afirmar que se pode manter a posição privadamente, mas não a defender publicamente".

"Isso seria precisamente análogo a alguém no século XIX dizer que, embora pessoalmente ache a escravidão abominável, não fará nada para eliminá-la ou mesmo impedir sua propagação", disse.

Dom Barron também disse que o presidente Biden "afirma que se opõe ao aborto porque o considera moralmente errado e, no entanto, várias vezes da maneira mais direta e até contundente, ele se esforça para torná-lo mais acessível, mais aceitável e mais legalmente defendido".

O bispo recordou a Abraham Lincoln, que, sendo contra a escravidão, não se opôs diretamente, mas apoiou sua extinção gradual.

"Agora, se nosso atual presidente estivesse convencido, como afirma estar, de que o aborto é errado, se ele tivesse dado passos na direção de pelo menos reduzir a prática, ou se pudesse ter encontrado palavras positivas para dizer sobre a decisão de Dobbs que ao menos dá aos estados o direito de restringir o aborto, eu poderia ver isso no modo Lincoln. Mas, em vez disso, ele segue em frente defendendo a política pró-aborto mais radical que se possa imaginar".

Biden, disse Barron, "procura codificar em lei as decisões Roe x Wade e Casey que essencialmente fizeram do aborto até o momento do nascimento uma questão de impunidade legal em nosso país".

A decisão histórica Dobbs x Jackson na Suprema Corte em junho deste ano permitiu revogar Roe x Wade, que legalizou o aborto nos EUA em 1973.

Desde então, Biden fez tudo ao seu alcance para promover o aborto, incluindo a assinatura de uma ordem executiva que vai contra a decisão da Suprema Corte deste ano.

Em seu vídeo, Barron também lembrou que o papa Francisco disse recentemente que a posição de Biden sobre o aborto é "incoerente".

Barron disse que "o presidente Biden fala frequentemente de sua fé católica, assiste à missa regularmente e reza o terço".

Dom Barron disse que aplaude o presidente por tudo isso, mas lamentou que "quando se trata da questão moral mais urgente do nosso tempo", ou seja, o aborto, Biden não apenas não defenda o ensinamento da Igreja, mas também seja contrário à "razão certa".

À luz de tudo isso, concluiu Barron, "podem ver por que tantos católicos, incluindo o seu humilde escritor aqui presente, acham que as declarações e ações do presidente em relação ao aborto são tão repulsivas?".

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