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Jesuíta James Martin pede desculpas por 'não ser mais claro' sobre crimes de arcebispo morto

Padre James Martin | Flickr de Shawn (CC BY-NC 2.0).

O padre jesuíta James Martin pediu desculpas por não ser "mais claro" sobre os "pecados e crimes" do arcebispo Rembert Weakland de Milwaukee, EUA, num tuíte sobre sua morte.

Dom Weakland, morto em 22 de agosto deste ano, foi arcebispo de Milwaukee de 1977 a 2002 e encobriu os abusos sexuais cometidos em sua arquidiocese.

Ele pagou quase meio milhão de dólares para resolver extrajudicialmente uma ação movida por um ex-seminarista com quem teve um relacionamento homossexual.

Em 23 de agosto, James Martin escreveu no Twitter: "Na noite passada, muitas pessoas ficaram chateadas com dois tuítes sobre o arcebispo Rembert Weakland, que cometeu muitos pecados e crimes e morreu aos 95 anos".

"Obviamente, eu condeno seu acobertamento de abusos sexuais e seu pagamento de dinheiro pelo silêncio", disse o padre James Martin, colaborador da revista jesuíta americana America. "Eu posso ver como as pessoas pensaram que eu estava minimizando (ou mesmo ignorando) seus pecados e crimes. Perdão por não ter sido mais claro sobre isso".

No dia anterior, Martin havia tuitado sobre a morte de dom Weakland, chamando-o de "um erudito" e um "pastor talentoso".

"Seu legado foi manchado pelas revelações de que ele pagou dinheiro a um homem com quem teve um relacionamento. Eu o considerava um amigo e sinto muito por sua perda. Que ele descanse em paz", disse.

Dom Weakland morreu em 22 de agosto após uma longa doença. Ele renunciou ao cargo de arcebispo de Milwaukee em 2002 depois que foi revelado que a arquidiocese pagou US$ 450 mil para silenciar Paul J. Marcoux, um seminarista adulto com quem teve relações homossexuais.

Marcoux disse que recebeu o dinheiro como parte de um acordo judicial e falou que os encontros sexuais que teve com Weakland no início dos anos 80 foram abusos.

Dom Weakland disse que começou a ter relações homossexuais após sua consagração episcopal.

Weakland discordava do ensinamento da Igreja Católica sobre a imoralidade da sodomia e sobre a impossibilidade da ordenação sacerdotal de mulheres.

Por causa dos abusos sexuais que cometeu e por ter acobertado abusos sexuais cometidos por outros padres, a arquidiocese mudou em 2019 o nome do Centro Weakland, onde ficam os escritórios da catedral de São João Evangelista.

Os tuítes de desculpas do padre Martin por não falar mais claramente sobre Weakland logo se transformaram em uma discussão sobre misericórdia.

"Também me surpreendeu que os católicos dissessem que não só nunca poderiam ser amigos de alguém assim, mas que deveria 'apodrecer no inferno'", escreveu Martin em 23 de agosto.

"Eu levo a sério a amizade escandalosa de Jesus com os 'pecadores e cobradores de impostos' e considero o arcebispo Weakland, um homem profundamente pecador, um amigo. O coração da mensagem de Jesus é que ninguém está além da infinita misericórdia de Deus, nem mesmo um assassino, nem mesmo Rembert Weakland", disse.

O padre jesuíta continuou: "Peço desculpas por aparentemente desculpar seus muitos pecados e crimes. Essa não era minha intenção: condeno essas ações e deveria ter sido mais claro. Mas também pergunto se as pessoas teriam se sentado ao lado de Jesus enquanto ele comia com 'pecadores e publicanos', como costumava fazer na Galileia e na Judeia".

"Que Deus tenha misericórdia da alma do arcebispo Rembert Weakland, e que Deus tenha misericórdia de todos os pecadores, que somos todos nós, inclusive eu", concluiu.

O atual arcebispo de Milwaukee, dom Jerome Listecki, em sua declaração de 22 de agosto sobre a morte de dom Weakland não se referiu aos pecados sexuais de seu antecessor.

"Por um quarto de século, o arcebispo Weakland liderou a arquidiocese de Milwaukee, e sua liderança encarnou seu espírito beneditino", escreveu dom Listecki.

"Sua carta pastoral, 'Eucaristia sem muros', evocava seu amor pela Eucaristia e seu chamado ao serviço. Durante seu tempo, ele enfatizou a abertura para a implementação dos ensinamentos do Concílio Vaticano II, incluindo o papel dos leigos e leigas na Igreja, a celebração da Sagrada Liturgia, o diálogo ecumênico e a abordagem de questões sociais, especialmente a justiça econômica. Que ele descanse em paz agora", disse.

Dom Weakland nasceu em 1927 em Patton, Pensilvânia, e frequentou o seminário menor dirigido pela abadia de São Vicente em Latrobe. Ele fez sua profissão como membro da Ordem de São Bento na abadia em 1946, e fez os votos solenes em 1949. Ele foi ordenado sacerdote em 1951.

Estudioso da música, foi nomeado consultor do Consilium, o comitê que interpretou a Sacrosanctum Concilium e foi responsável por preparar a Ordem da Missa revisada após o Concílio Vaticano II, em 1964. Foi nomeado membro do Consilium em 1968.

Em 1967 foi nomeado abade primaz da Ordem de São Bento.

Foi nomeado arcebispo de Milwaukee em 1977 e recebeu a consagração episcopal no mesmo ano. Ele renunciou ao cargo aos 75 anos, em 2002.

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