21 de dezembro de 2024 Doar
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Colômbia não condenou ataques a Igreja na Nicarágua na OEA por ordem do governo

Dom Rolando Álvarez vigiado pela polícia em 4 de agosto de 2022 | Diocese de Matagalpa

A Colômbia não participou da reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) que condenou a perseguição à Igreja pelo governo da Nicarágua por ordem do presidente, Gustavo Petro.

O governo nicaraguense de Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder, expulsando as Missionárias da Caridade, fechou meios de comunicação católicos, mantém em prisão domiciliar o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, e prendeu padres e seminaristas.

Em 12 de agosto, o Conselho Permanente da OEA aprovou uma resolução que "condenou veementemente o fechamento forçado de organizações não governamentais, e o assédio e as restrições arbitrárias de organizações religiosas e das vozes críticas ao governo e suas ações na Nicarágua". Foram 27 votos a favor, um contra, de São Vicente e Granadinas, e quatro abstenções, de El Salvador, Honduras, Bolívia e México. Dos 34 membros da OEA, só Nicarágua e Colômbia estavam ausentes.

Luis Ernesto Vargas, anunciado por Petro como representante da Colômbia junto à OEA, alegou em 14 de agosto que não foi á reunião porque ainda não havia apresentado suas credenciais para assumir o cargo.

Uma reportagem de Notícias Caracol, programa da rede de TV Caracol, da Colômbia, revelou em sua edição de 28 de agosto, que a ausência da Colômbia foi uma ordem de Petro.

 A TV perguntou ao vice-ministro encarregado de Assuntos Multilaterais, Juan José Quintana  se foi dada ordem de que a Colômbia "não deveria estar presente na sessão" de sexta-feira, 12, Quintana respondeu: "Sim. Após consulta às autoridades pertinentes, a respectiva instrução foi transmitida à Missão Permanente junto à OEA".

Ele também disse que "a decisão tomada foi devidamente consultada com o Ministro das Relações Exteriores", Álvaro Leyva.

Quintana disse que "as razões pelas quais foi tomada a decisão sobre a não participação da Colômbia na sessão do conselho permanente de 12 de agosto estão relacionadas a aspectos sensíveis da política externa que são confidenciais".

Em comunicado divulgado ontem (30) pelo Ministério das Relações Exteriores, Álvaro Leyva disse que a ausência da Colômbia "se deveu a razões estratégicas e humanitárias, e não ideológicas".

Em 16 de agosto, o senador Mauricio Giraldo informou que o chanceler deve comparecer ao Congresso para ser responsabilizado pelas omissões do governo "em relação à violação de direitos humanos e perseguição religiosa" que está ocorrendo na Nicarágua, como parte de um debate de controle político.

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