18 de dezembro de 2024 Doar
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Dioceses de Minas Gerais rezam pelo fim das agressões à Igreja na Nicarágua

Dom Rolando Álvarez vigiado pela polícia da Nicarágua dias antes de ser preso em 19 de agosto | Diocese de Matagalpa

A província eclesiástica de Juiz de Fora (MG) convocou "todo o povo de Deus para dedicar o dia 4 de setembro próximo a uma jornada de oração pelo fim das agressões à Igreja na Nicarágua".

O convite foi feito por mensagem assinada pelos bispos das dioceses que compõem a província: dom Gil Antônio Moreira, arcebispo de Juiz de Fora, dom José Eudes Campos Nascimento, bispo de São João del-Rei, e dom Edson José Oriolo dos Santos, bispo de Leopoldina.

Na mensagem, os bispos afirmaram que, na Nicarágua, "o povo cristão vem sendo terrivelmente perseguido pelo governo, que tendo sido eleito por meios democráticos, age atualmente como cruel ditador".

Daniel Ortega, que governa a Nicarágua ininterruptamente desde janeiro de 2007, é um ex-guerrilheiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional, que no final dos anos 1970 tirou do poder o ditador Anastasio Somoza Debayle. Com a vitória da revolução sandinista, foi implementada uma Junta de Governo da qual Ortega participou. Em 1985, Ortega convocou eleições gerais e venceu, governando o país até 1990.

Como representante da FSLN, que de grupo guerrilheiro passou a ser partido político, Ortega fracassou nas eleições de 1990, 1996 e 2001. No final de 2006, venceu as eleições presidenciais. Desde então, não renunciou ao poder, reelegendo-se duas vezes seguidas, em meio a acusações de fraude.

Em abril de 2018 aconteceram protestos em várias partes do país, após o anúncio de reformas na previdência social da Nicarágua, que implicaram aumentos de contribuições e deduções para aposentados. Os protestos foram violentamente reprimidos pelo regime de Ortega.

Diante das mensagens a favor do respeito aos direitos humanos da Igreja Católica, o regime de Daniel Ortega e sua esposa Rosario Murillo respondeu com violência contra templos, padres e bispos.

"O referido ditador e sua mulher têm atuado de forma injusta e violenta contra a religião, tendo aprisionado um bispo e vários padres, sem justa causa, impedido, pela força, a realização de missas e outras celebrações, expulsado do país as Irmãzinhas de Caridade, da Madre Teresa de Calcutá, fechado várias emissoras católicas de rádio, além de outras iniciativas completamente injustas e violentas, contrários aos direitos humanos e à liberdade religiosa", afirmam os bispos da província eclesiástica de Juiz de Fora.

Por fim, convocam párocos, vigários paroquias, religiosos e todos os leigos "para que organizem, em todas as comunidades, atividades para esse grande dia de preces, sacrifícios e outras práticas de piedade, suplicando, confiantes a Deus, para que tenham fim essas incompreensões atitudes".

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