18 de dezembro de 2024 Doar
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Bispo diz que vai levar proposta pró-homossexual rejeitada no Caminho Sinodal Alemão ao papa

O presidente da Conferência Episcopal Alemã na assembleia do Caminho Sinodal Alemão | Synodaler Weg

Os organizadores do Caminho Sinodal Alemão prometeram levar o documento que propõe mudar a doutrina católica sobre moral sexual para o Sínodo da Sinodalidade convocado pelo papa Francisco, mesmo depois que ele foi derrotado numa votação na sexta-feira (9) durante assembleia em Frankfurt no fim-de-semana.

O Caminho Sinodal Alemão une bispos e leigos selecionados para discutir o exercício do poder na Igreja, a moral sexual e o papel das mulheres na Igreja.

O bispo de Limburg, dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã e um dos dois presidentes do caminho Sinodal Alemão manifestou sua "decepção pessoal" que a minoria de bispos que impediu a adoção oficial do documento que defende mudar a doutrina católica sobre homossexualidade, bissexualidade, identidade de gênero.

A doutrina católica sobre homossexualidade está resumida em três artigos do Catecismo da Igreja Católica:

2.357 A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atracção sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua génese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (103) a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados» (104). São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados.

2.358 Um número considerável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objectivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação, Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.

2.359 As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.

Quase 83% da assembleia sinodal em Frankfurt votou a favor do texto sobre sexualidade intitulado "Viver em relacionamentos bem-sucedidos".

Mas 21 bispos rejeitaram o texto e três se abstiveram. Os 33 bispos que votaram a favor não somam dois terços dos bispos, quórum exigido pelos estatutos do Caminho Sinodal Alemão para aprovação de qualquer medida.

Bätzing disse que o texto rejeitado era, no entanto, um produto do Caminho Sinodal. "Portanto, levaremos ao nível da Igreja universal quando estivermos em Roma em novembro para a visita ad limina, quando formos preparar o Sínodo Mundial com as conferências episcopais continentais de janeiro".

Depois da Na votação do dia 8 de setembro, participantes do Caminho Sinodal Alemão acusaram os bispos de não falar contra o documento sobre sexualidade antes de derrubá-lo na votação secreta.

Vários bispos disseram que não falaram antes porque temiam a pressão da assembleia sinodal.

A leiga Irme Stetter-Karp, presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK) e co-presidente do Caminho Sinodal Alemão, criticou a justificativa.

"É meu desejo ver um movimento agora emergindo da conferência dos bispos como resultado do que aconteceu", disse Setter-Karp. "Que a comunicação mude, que as pessoas falem com a mente aberta".

O documento sobre sexualidade não é a única controvérsia do Caminho Sinodal Alemão.

Na sexta-feira (9) também foi adotado um texto que pede a "igualdade fundamental de todos os crentes". O próprio documento explica que "isso significa pôr a questão do acesso das mulheres ao ministério sacramental no contexto de uma renovação fundamental da teologia do ministério".

O documento de 32 páginas defende a introdução de diaconisas e propõe levar à Santa Sé a questão da ordenação de mulheres para o sacerdócio.

 

O texto foi aprovado por 92% dos participantes do Caminho Sinodal Alemão. Entre os bispos, a aprovação foi de 82%, ou 45 bispos. Só dez bispos foram contra e cinco se abstiveram.

Num movimento na direção de algo que os críticos compararam aos sovietes que deram origem ao governo comunista da União Soviética, o Caminho Sinodal Alemão aprovou, no sábado (10), a criação de um Conselho Sinodal permanente para supervisionar a Igreja na Alemanha.

A proposta teve 93% de votos a favor. Apenas cinco bispos a rejeitaram, numa votação nominal. Depois da rejeição do documento pró-homossexualismo na sexta-feira, foi mudada a forma de votação, que era secreta.

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