22 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco fala sobre relação da Santa Sé com a China

Imagem Ilustrativa | Pixabay

O papa Francisco falou sobre as relações da Santa Sé com a China no voo de volta de sua viagem ao Cazaquistão e disse que "há uma comissão bilateral Vaticano-Chinesa que está indo bem, lentamente, porque o ritmo chinês é lento, eles têm uma eternidade para ir adiante".

Para o papa, os chineses são "um povo com uma paciência infinita".

Respondendo sobre as relações entre a Santa Sé e o governo chinês, pouco antes do julgamento contra o bispo emérito de Hong Kong, cardeal Joseph Zen Ze-kiun, o papa disse que "para entender a China precisa-se de um século, e nós não vivemos um século".

O bispo emérito de Hong Kong e outros quatro serão julgados a partir da próxima segunda-feira, 19 de setembro, acusados de não registrar adequadamente um fundo de ajuda humanitária pró-democracia do qual eram curadores.

Para Francisco, "a mentalidade chinesa é uma mentalidade rica e quando fica um pouco doente, perde sua riqueza, é capaz de cometer erros". E, "para entender", o papa disse que "escolhemos o caminho do diálogo".

"Partindo das experiências que tivemos em precedência: pensemos nos missionários italianos que foram para lá e foram respeitados como cientistas; pensemos também hoje, muitos sacerdotes ou crentes que foram chamados pelas universidades chinesas porque isso dá valor à cultura", disse Francisco. "Não é fácil entender a mentalidade chinesa, mas ela deve ser respeitada, eu sempre a respeito. E aqui no Vaticano há uma comissão de diálogo que está indo bem, o cardeal Parolin a preside e no momento ele é o homem que mais sabe sobre a China e o diálogo chinês".

Francisco disse que "é uma coisa lenta, mas estão sendo dados passos adiante".

"Não me agrada descrever a China como antidemocrática por ser um país muito complexo... Sim, é verdade que há coisas que nos parecem antidemocráticas, isso é verdade. O cardeal Zen vai a julgamento nestes dias, se não me engano. E ele diz o que sente".

Para o papa, "pode-se ver que ali há limitações". "Mais do que qualificar, porque é difícil, não me agrada qualificar, são impressões, tento apoiar o caminho do diálogo. Com o diálogo se esclarecem muitas coisas", disse ele.

Francisco disse que este caminho de diálogo é aplicável em outras áreas além da relação da China com a Igreja Católica, "por exemplo a extensão da China, os governadores das províncias são todos diferentes, há culturas muito diferentes dentro da China, é um gigante".

"Entender a China é algo gigantesco. Mas não devemos perder a paciência", disse o papa.

Respondendo sobre se conseguiu ter algum tipo de contato com o presidente chinês, Xi Jinping, que estava no Cazaquistão nestes dias, o papa disse: " Ele estava em visita de Estado lá, mas eu não o vi".

A agência de notícias Reuters informou que, segundo uma fonte, a Santa Sé sondou a China para que houvesse um encontro do papa com o presidente chinês Xi Jinping no Cazaquistão. O governo chinês teria agradecido a proposta e alegado que em virtude dos compromissos do presidente, não seria possível. A Santa Sé e a China não mantêm relações diplomáticas.

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