17 de novembro de 2024 Doar
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Multidão vaia delegado por proibição da procissão de são Miguel Arcanjo na Nicarágua

São Miguel Arcanjo na paróquia em Masaya | Paróquia São Miguel Arcanjo Masaya

Uma multidão de católicos protestou contra a proibição da procissão de são Miguel Arcanjo na cidade de Masaya pelo governo da Nicarágua.

Na missa de descida da imagem de são Miguel Arcanjo celebrada ontem (19) Masaya, a multidão de católicos vaiou Juan Antonio Valle Valle, delegado da polícia local.

Um vídeo divulgado nas redes sociais e pelo jornal nicaraguense La Prensa mostra o delegado entrando na igreja com vários policiais no momento em que os fiéis aplaudiam são Miguel Arcanjo, vestido especialmente com um manto verde para as festas.

 

Ao sair, vários fiéis começaram a vaiar Juan Antonio Valle Valle; e vários policiais ficaram do lado de fora da igreja, assediando os católicos.

O governo do presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder da Nicarágua, proibiu as procissões de são Miguel Arcanjo e são Jerônimo em Masaya, alegando "razões de segurança pública", segundo um comunicado da arquidiocese de Manágua publicado no domingo (17).

Em agosto, a procissão de Nossa Senhora de Fátima por ocasião do congresso mariano "Maria Mãe da Esperança" também foi proibida.

A paróquia são Miguel Arcanjo em Masaya já foi alvo da ditadura antes. Em 2018, grupos paramilitares ligados a Daniel Ortega atacaram a população e em 2019 um grupo de mães e o padre Edwing Román entraram em greve de fome para protestar contra o ataque da polícia de Ortega contra a Igreja e a população local.

Em 15 de setembro, o Parlamento Europeu aprovou por 538 votos a favor e 16 contra uma resolução exigindo a libertação imediata do bispo Rolando Álvarez, que está em prisão domiciliar desde 19 de agosto.

A perseguição à Igreja na Nicarágua também atingiu as Missionárias da Caridade, congregação fundada por madre Teresa de Calcutá. Elas foram expulsas do país em julho deste ano.

O padre Oscar Benavidez, da diocese de Siuna, o padre Ramiro Tijerino, o padre José Luis Diaz, o padre Sadiel Eugarrios e o padre Raúl González estão na prisão de El Chipote, em Manágua, conhecida como centro de tortura dos adversários do regime sandinista no poder na Nicarágua.

Também os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, e o cinegrafista Sergio Cárdenas, da diocese de Matagalpa, estão em El Chipote.

Com exceção de padre Benavidez, todos os outros foram presos na madrugada de sexta-feira, 19 de agosto, na cúria episcopal de Matagalpa, quando a polícia prendeu dom Rolando Álvarez.

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