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“Ex menina trans” luta para proteger menores de cirurgias para mudança de sexo

Chloe Cole em 21 de setembro de 2022 | Edie Heipel (CNA)

Chloe Cole lidera uma luta para proteger menores de cirurgias de "mudança de sexo" nos EUA. Com 18 anos, Cole se arrependeu de ter sido operada para ser como um homem e se descreve hoje como uma "ex-menina trans".

Chloe Cole decidiu reverter seu processo de "mudança de sexo" depois de sofrer os efeitos negativos de tratamentos hormonais durante anos e passar por uma mastectomia dupla, remoção permanente de ambos os seios, aos 15 anos.

Hoje Cole viaja pelos Estados Unidos para compartilhar sua história, alertar os pais sobre os efeitos dos procedimentos de "transição de gênero" nas crianças e denunciar o crescente aumento do que ela chama de "abuso infantil" e "experimentação médica".

Cole disse que os problemas de imagem corporal, exposição precoce a conteúdo LGBT (Sigla de lésbica, gay, bissexual e transgêero) e o acesso sem controle à internet são temas que a levaram a combater a ideologia de gênero em seu país. "Eu pretendo continuar fazendo isso até que acabe", disse.

Ideologia de gênero é a militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher. Em vez de dois polos, a ideologia de gênero acha que existe uma gama de variações.

A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: "Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou", na tradução oficial da CNBB.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: "O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.

Cole, que é do norte da Califórnia, disse que foi exposta pela primeira vez à ideologia de gênero aos 11 anos pela internet e, aos 13 anos, começou tratamentos hormonais chamados "bloqueadores da puberdade" para fazer a "transição" para o homem.

"Eu não tinha modelos femininos enquanto crescia", disse Cole à CNA, agência em inglês do grupo ACI. Aos 7 anos foi diagnosticada com autismo e TDAH, duas condições que, segundo ela, " são comuns com disforia de gênero". Disforia de gênero é o nome médico para o mal de que sofrem as pessoas que se sentem do gênero oposto ao de seu corpo.

A jornalista independente Abigail Shrier disse que, de acordo com estudos científicos, as crianças do espectro autismo são particularmente vulneráveis ​​à atração do transexualismo, que é a ideia de que se pode mudar de sexo.

Cole contou que quando disse aos pais pela primeira vez que era um menino, eles "ficaram assustados e desesperados por respostas", e que "a clínica de gênero" lhes mostrou "a clássica falsa dicotomia: você prefere ter uma filha morta ou um filho vivo?"

Em pouco tempo os médicos aceleraram seu processo de "transição" de menina para menino. Sua decisão de assinar a transição foi "forçada sob extrema pressão", disse.

Com apenas 13 anos, Cole recebeu "bloqueadores de puberdade" e testosterona que causaram efeitos colaterais negativos, incluindo ondas de calor insuportáveis e o que ela descreve como uma "sensação de tédio" sem fim.

"Para mim foi muito ruim, como se eu estivesse com muita coceira em todo o meu corpo. Houve certos dias em que eu não podia nem usar suéteres ou calças compridas quando estava frio", disse Chloe.

Como os "bloqueadores" diminuíram sua densidade óssea, ela ainda sente dores nas articulações, além de alergias e sintomas contínuos de infecção do trato urinário.

Roubaram-me "a beleza da maternidade"

Para Cole, a "dupla mastectomia com enxertos de mamilo" que fizeram nela é a que lhe trará os efeitos colaterais mais graves para o resto de sua vida.

Ela disse que os cirurgiões fizeram "cortes em baixo de seu seio" para remover os "tecidos que estão embaixo"; e, além disso, seus mamilos foram removidos cirurgicamente e depois enxertados em uma "posição mais masculina".

"Eles cortaram as terminações nervosas. A sensação nunca é a mesma e há mudanças permanentes na pigmentação; pode nunca parecer o mesmo", acrescentou.

Cole contou que os médicos lhe disseram que um ano e meio depois da cirurgia, a maioria de seus enxertos estaria curada. No entanto, ela disse que mais de dois anos se passaram e ainda "a camada superior da pele ... libera esse fluido constantemente, então eu tenho que usar bandagens não adesivas o tempo todo".

Cole lembrou que sofreu muito quando se arrependeu da mastectomia e que o que ela mais lamenta é que "a beleza da maternidade" lhe foi tirada, quando ela ainda não conseguia entendê-la bem.

"Aos 15, eu não estava realmente pensando. Eu era uma garota, apenas tentando me encaixar, sem pensar na possibilidade de me tornar mãe."

A jovem abandonou seu processo de "transição" em 2021, graças a uma aula de psicologia onde aprendeu sobre a importância da amamentação no vínculo mãe-filho.

"Na época em que eu estava fazendo essa aula, eu estava com 11 meses de pós-operatório. Percebi o que tirei, porque eles me deixaram tomar essa decisão quando eu estava apenas no meio da adolescência", lembrou.

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"Eu nunca terei a experiência, ou mesmo a opção, de amamentar meus filhos e criar um vínculo com eles dessa maneira", acrescentou.

Os adultos devem se posicionar

Cole disse que espera que sua história ajude os pais que lutam contra a disforia de gênero e recomendou que eles passem tempo com seus filhos. "Deixe-os saber que são amados e mantenham-se em contato com eles. Se eles estão na internet, controlem seu uso", disse.

Ela disse que também busca influenciar políticos que estão omissos sobre o assunto. Até agora, Cole viajou para a Califórnia, Louisiana, Flórida, Ohio e Washington DC para testemunhar aos legisladores em cada Estado.

"Os adultos precisam tomar uma posição", disse ela. "A complacência foi o que levou a que isso acontecesse comigo".

Cole lembrou que há médicos que compartilham "informações tendenciosas" na internet sobre o assunto, como Sidhbh Gallagher, um cirurgião de afirmação de gênero de Miami que anuncia procedimentos de "transição" para menores no TikTok.

Os profissionais que "fazem cirurgias de afirmação de gênero" ganham "mais dinheiro", disse Cole.

Em setembro, Cole se manifestou contra uma proposta de lei da Califórnia que visa permitir que crianças sejam submetidas a procedimentos de transição de gênero sem o consentimento dos pais.

 

 

Em 20 de setembro, ela falou em frente ao Capitólio, em Washington DC, a favor da Lei de Proteção à Inocência das Crianças, que tem o apoio de mais de 40 legisladores e que criminalizaria aqueles que fazem os procedimentos de transição de gênero em menores.

"Nenhuma criança merece sofrer sob a faca de um cirurgião de afirmação de gênero", disse Cole. "As crianças da América, todas as crianças, merecem algo melhor", acrescentou.

Taylor Greene, que propôs o projeto, disse à CNA que a "história de Cole é muito importante", que ela é muito corajosa e que "não é a única" no país.

Suzanne Satterfield, uma ativista que conheceu Cole, destacou o "grande coração" de Cole por escolher alertar sobre "o dano irreversível que está sendo feito às crianças nas mãos de 'profissionais de saúde confiáveis'". "Chloe é um raio de sol na escuridão que paira sobre as crianças hoje", acrescentou.

Chloe disse à CNA que está "muito mais feliz hoje". "Fazer o que estou fazendo agora está me dando um propósito. Isso é algo que eu estava procurando há algum tempo."

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