17 de dezembro de 2024 Doar
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Abençoar uniões homossexuais é errado como doutrina e como pastoral, diz cardeal Arinze

O cardeal nigeriano Francis Arinze | Padre Mimmo Spatuzzi via Wikimedia (CC BY-SA 3.0)

A introdução de cerimônias de bênção para uniões de pessoas do mesmo sexo pelos bispos belgas foi criticada pelo cardeal nigeriano Francis Arinze. Para Arinze, os bispos da Bélgica adotaram uma abordagem errada doutrinalmente e pastoralmente falha.

Em 20 de setembro, os bispos da Bélgica anunciaram a introdução de cerimônias de bênção para uniões de pessoas do mesmo sexo em suas dioceses.

"Os seres humanos não têm poder para mudar a ordem estabelecida por Deus, o Criador", disse Arinze em mensagem de 24 de setembro divulgada no boletim por e-mail do jornalista do Vaticano Robert Moynihan. "Mesmo que o objetivo seja ajudar pastoralmente os homossexuais, isso é um erro por parte dos bispos", disse o cardeal de 89 anos, que foi prefeito da Congregação para o Culto Divino de 2002 a 2008.

Arinze criticou a declaração dos bispos dos bispos belgas citando o título dela: "Estar pastoralmente próximo dos homossexuais: por uma Igreja acolhedora que não exclui ninguém".

"A Sagrada Escritura apresenta atos homossexuais como atos de depravação grave", disse o cardeal. E a tradição da Igreja "sempre declarou que os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados".

"Enquanto as pessoas com inclinação homossexual devem ser respeitadas e não discriminadas injustamente, elas, como todo cristão e, de fato, todo ser humano, são chamadas à castidade", disse Arinze. Ele citou as palavras de Cristo em Mateus 5:8: "Vocês, portanto, devem ser perfeitos, como o seu Pai celestial é perfeito".

Ele também citou o ensinamento do Catecismo da Igreja Católica de que os homossexuais são "chamados à castidade".

"Pelas virtudes do autodomínio que lhes ensinam a liberdade interior, às vezes pelo apoio da amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se gradual e resolutamente da perfeição cristã", diz o Catecismo, citado por Arinze.

O cardeal também se referiu a uma declaração recente da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), o órgão de guarda doutrinário da Igreja Católica, embora não tenha entrado em detalhes.

A CDF abordou a questão em 15 de março de 2021. A congregação disse que a Igreja não tem o poder de abençoar relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.

A declaração da CDF deixou claro que as bênçãos podem ser dadas "a pessoas com inclinações homossexuais, que manifestam a vontade de viver em fidelidade aos planos revelados de Deus, conforme proposto pelo ensinamento da Igreja".

"(A) Igreja lembra que o próprio Deus nunca deixa de abençoar cada um de Seus filhos peregrinos neste mundo, porque para Ele 'somos mais importantes para Deus do que todos os pecados que podemos cometer'", disse a congregação. "Mas ele não abençoa e não pode abençoar o pecado: ele abençoa o homem pecador, para que ele reconheça que faz parte de seu projeto de amor e se deixe mudar por ele. Ele, de fato, 'nos aceita como somos, mas nunca nos deixa como somos'".

A declaração da CDF veio em meio a um esforço da Igreja na Alemanha para pressionar por bênçãos de uniões do mesmo sexo. A declaração provocou protestos e desafio aberto no mundo católico de língua alemã. Padres e agentes pastorais alemães também desafiaram abertamente a Santa Sé e fizeram cerimônias de bênção para casais do mesmo sexo.

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