13 de dezembro de 2024 Doar
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Cardeal holandês pede que Igreja vete bênção para uniões homossexuais de bispos belgas

O cardeal Willem Jacobus Eijk | CNA

"Os católicos que aceitam os ensinamentos da Igreja, inclusive em matéria de moralidade sexual, esperam ferventemente que os círculos eclesiásticos competentes prontamente peçam aos bispos flamengos que retirem sua declaração e se adaptem", disse o arcebispo de Utrecht, Willem Jacobus cardeal Eijk em um artigo em La Nuova Bussola Quotidiana, sobre o ritual de bênção para uniões homossexuais proposto pelos bispos de língua flamenga da Bélgica.

Os bispos flamengos publicaram na terça-feira (20) o documento "Ser Pastoralmente Próximo à Pessoa Homossexual – Por uma Igreja acolhedora que não Exclua Ninguém". No documento "os bispos flamengos oferecem a possibilidade de abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo num relacionamento duradouro e monógamo", escreve o cardeal Ejk. "Numa declaração eles também dão um modelo para a celebração da Palavra e oração em que a bênção pode se dar".

No modelo proposto pelos bispos belgas, depois de uma "palavra inicial" e de uma "oração inicial" se propõe uma "expressão com compromisso de ambas as partes uma à outra, manifestando diante de Deus seu laço mútuo. Isso pode ser feito, por exemplo, no seguintes termos: Deus de amor e de fidelidade, hoje estamos diante de Vós cercados pela família e amigos. Nós vos agradecemos por termos sido capazes de nos encontrar. Queremos estar um para o outro em todas as circunstâncias da vida. Confiantemente expressamos que queremos trabalhar para a felicidade um do outro, dia a dia. Oremos: concedei-nos a força de permanecer fiéis um ao outro e aprofundar nosso compromisso. Confiamos em vossa proximidade, por vossa Palavra queremos viver, um para o outro para sempre".

Os bispos flamengos enfatizam, em seu documento, que uma tal bênção não é um sacramento da Igreja, como é o casamento. Ejk, porém, observa: "A oração dada como exemplo da declaração em que as uniões homossexuais se comprometem entre si mostra uma analogia inequívoca com o 'sim' que o homem e mulher pronunciam durante a cerimônia de casamento. O medo, portanto, não é infundado: a transição dessa bênção para o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é um grande passo e será possível em um futuro próximo".

Além disso, diz o Cardeal Eijk "a bênção não pressupõe apenas uma boa intenção por parte de quem a recebe. O que é abençoado também tem que corresponder à ordem da criação de Deus. Deus criou o matrimônio como um dom total e mútuo do homem e da mulher um ao outo que encontra seu ápice na procriação".

A Igreja "não pode rezar para que a graça de Deus possa operar em um relacionamento que não esteja de acordo a ordem de criação".

"A Palavra de Deus contida nas Escrituras qualifica de maneira inequívoca e inegável as relações homossexuais como pecado", escreve o cardeal. Com iniciativas como a dos bispos flamengos "existe o risco de que o católico médio, que geralmente sabe muito pouco sobre sua própria fé, se desvíe e comece a pensar que as relações sexuais duradouras e monógamas entre pessoas do mesmo sexo são moralmente aceitáveis".

Além disso, conclui o arcebispo holandês, "permitir a bênção dos casais homossexuais traz o grande risco de esvaziar as bênçãos e minar o ensinamento da Igreja sobre a moralidade do matrimônio e a ética sexual".

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