22 de novembro de 2024 Doar
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Bispos dos EUA apoiam proibição nacional do aborto a partir da 15ª semana de gravidez

Mulher grávida | Garon Piceli - Pexels

O arcebispo de Baltimore, William Lori, presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês), disse que os bispos do país apoiam o projeto de lei que visa proibir o aborto em todo o país depois da 15ª semana de gravidez.

"A USCCB apoia a legislação que busca limitar os danos do aborto, legislação que inclui algumas exceções. Continuaremos rezando e trabalhando pelo dia em que toda a vida humana seja acolhida com amor e protegida pela lei", disse Lori em comunicado divulgado ontem (5). As exceções são casos de estupro, incesto ou quando a vida da mãe estiver em perigo.

O projeto "Lei de proteção das crianças não nascidas capazes de sofrer dores contra os abortos tardios" foi proposto em 13 de setembro pelo senador republicano Lindsey Graham no Senado e pelo representante Chris Smith na Câmara.

"Embora a Igreja sempre busque a proteção de todos os nascituros, é lícito apoiar uma legislação que fique aquém desse objetivo se promover proteções e limitar danos", disse Lori citando o número 73 da encíclica Evangelium Vitae, do papa Francisco, que diz: "Ao proceder assim, de fato, não se realiza a colaboração ilícita numa lei injusta, mas cumpre-se, antes, uma tentativa legítima e necessária para limitar os seus aspectos iníquos'".

Numa carta publicada em 19 de setembro, dom Lori disse que "esta legislação proposta é um lugar para começar a unir os americanos, independentemente de suas opiniões sobre o aborto".

"Todas as autoridades eleitas, incluindo membros do Congresso eleitos a nível federal, agora têm a oportunidade de proteger a vida humana não nascida e devem estar à altura das circunstâncias", diz a carta.

Lori também pediu ontem (5) a solidariedade com as mulheres grávidas e reiterou a doutrina católica sobre a dignidade da vida humana.

"As mães também devem ser protegidas e apoiadas, e todos nós temos a responsabilidade de apoiar as mães necessitadas e fornecer o apoio material e emocional necessário para permitir que mães, filhos e famílias vivam com dignidade", disse ele.

Para Lori, no mundo posterior à anulação de Roe x Wade, "devemos agir em solidariedade radical com a mulher grávida e seu filho, enquanto trabalhamos e oramos pelo dia em que o aborto seja impensável".

Roe x Wade foi a decisão da Suprema corte dos EUA que, em 1973, tornou impossível qualquer legislação que limitasse ou proibisse o aborto. A decisão foi derrubada em 24 de junho deste ano, com a decisão do caso Dobbs v. Jackson Women's Health Organization.

O arcebispo também lembrou que "a Igreja Católica reconhece que todas as pessoas, nascidas e não nascidas, foram criadas à imagem e semelhança de Deus e, portanto, têm dignidade inerente e direito à vida".

"Quando uma mulher está grávida, mãe e filho são valorizados e devem ser protegidos, e a vida de um não deve se opor à vida do outro. O objetivo é sempre salvar a vida, nunca destruir a vida intencionalmente. A Igreja busca a proteção de todos os nascituros, incluindo a criança inocente concebida em estupro ou incesto", concluiu.

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