23 de novembro de 2024 Doar
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Católica denunciada por ativista LGBT é presa na frente de sua família

Caroline Farrow | Citizen GO

A católica Caroline Farrow, mãe de cinco filhos, foi presa na segunda-feira (3) enquanto preparava o jantar para a família, acusada de publicar "mensagens maliciosas". Por trás da denúncia está Stephanie Hayden, um homem que se identifica como mulher, e é especialista em processos envolvendo o lobby LGBT no Reino Unido.

Em uma longa sequência no Twitter, Farrow conta como dois policiais apareceram em sua casa dizendo que havia uma denúncia e perguntando se poderiam entrar. Farrow perguntou se havia mandato, mas os policiais alegaram que não havia necessidade e entraram "à força" na casa.

 

A polícia apreendeu todos os dispositivos eletrônicos, incluindo seu computador de trabalho e um tablet usado por seus dois filhos, que estão no espectro do autismo, para ouvir os audiolivros de Harry Potter.

"Fui revistada, colocada em um carro da polícia e levada para Guildford Nick [delegacia de polícia], onde tiraram as minhas joias de casamento, meus brincos e meu relógio".

Seu marido, um padre de um ordinariato anglo-católico, gravou toda a cena. Farrow lembra que quando leram seus direitos e disseram que o que ela dissesse poderia ser usado como prova contra ela, Farrow respondeu: "As mulheres não têm 🍆", ou seja, pênis. [Para evitar a censura do Twitter, Farrow colocou um ícone de berinjela em vez da palavra pênis].

Uma vez na delegacia, eles tiraram seus sapatos e revistaram suas meias em busca de drogas.

Sobre o momento em que tiraram os seus pertences, Caroline conta que "beijei meu pingente de cruz antes de colocá-lo em um saco plástico. Eu nunca o tirei desde que ganhei de presente".

"Num minuto estou cozinhando um frango assado para o jantar e no outro estão procurando drogas nas minhas meias, por causa de 'posts ofensivos na internet'", conta a mãe católica.

Em poucas horas, segundo o relato de Farrow, ela foi interrogada. Depois de checar seus aparelhos eletrônicos, afirmaram que ela não havia enviado mensagens por e-mail, mas que suspeitavam que "ela tivesse escrito algumas mensagens ofensivas na Internet".

Na noite de terça-feira (4), Caroline Farrow foi ao canal GBNews para falar do que aconteceu. Ela contou que, quando no passado recebeu ameaças de morte, sofreu assédio e denunciou os acontecimentos, a polícia lhe disse que para confiscar aparelhos eletrônicos tinha de ser um caso de terrorismo.

De acordo com a GBNews, a polícia do condado de Surrey alegou que apreendeu os dispositivos eletrônicos sob a seção 19 da Lei de Polícia e Provas Criminais (Police and Criminal Evidences Act).

Não é possível postar enquanto toca órgão na Igreja

Mostraram-lhe algumas mensagens assinadas com pseudônimo em um fórum chamado KiwiFarms. Farrow negou ser a autora. Na data de publicação desses comentários (domingo 19 de junho de 2022), Caroline estava tocando órgão na missa das 11h na Igreja dos Santos Anjos.

"Uma breve checagem no YouTube pode fornecer um álibi", diz ela, acrescentando ironicamente: "Qualquer um que tenha tocado órgão para a missa entenderá que você não pode estar tocando e publicando na internet".

Farrow foi libertada na madrugada de terça-feira (4) sem acusação formal. Ela foi declarada "solta sob investigação".

Caroline Farrow recebeu o apoio público de Ignacio Arsuaga, presidente da plataforma CitizenGO, da qual é diretora de campanhas para o Reino Unido e Irlanda.

 

A pessoa por trás da denúncia

Farrow não diz quem fez a denúncia, mas suspeita de alguém em particular, embora não tenha tornado explícito.

"Disseram-me para não falar sobre isso porque poderia ser interpretado como mais assédio. Estou apenas explicando os fatos do que aconteceu esta noite e não estou me dirigindo a nenhum indivíduo", escreveu no Twitter.

A pessoa que Caroline Farrow não quer citar é um ativista que se identifica como mulher, especialista em processos baseados nas leis de ideologia de gênero.

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Seu nome atual é Stephanie Hayden, mas seu nome original é Anthony George Steven Halliday.

A história remonta a março de 2019, quando Caroline Farrow definiu como castração o procedimento que um menino britânico de 16 anos passou na Indonésia, uma vez que, na época, cirurgias de 'mudança de sexo' não eram legais no Reino Unido.

O menino em questão era filho de Susie Green, diretora da organização Mermaids (Sereias) dedicada a promover 'mudança de sexo' de crianças.

"O que ela fez com o próprio filho (a pessoa mais jovem do mundo a se submeter a uma operação transgênero) é ilegal. Ela o mutilou ao castrá-lo, o que o tornou estéril ainda criança", disse Caroline.

Farrow foi processada e absolvida, protegida pela liberdade de expressão.

Depois foi a vez de Hayden, que a processou por assédio, por discordar de suas atividades em público. O assunto foi resolvido com um acordo judicial pelo qual Farrow prometeu não citar Hayden em suas redes.

Apesar de ter cumprido escrupulosamente o acordo, Hayden entrou com um processo acusando Farrow de ter violado o acordo. Hayden pedia cerca de US$ 150 mil (R$ 780 mil) em indenização e havia  possibilidade de uma pena de prisão para Farrow.

O julgamento estava marcado para outubro de 2019, mas foi adiado para janeiro de 2020. No final, ambas as partes chegaram a um acordo e não houve julgamento.

Na noite de terça-feira (4), Hayden publicou um comunicado em sua conta no Twitter aludindo à prisão de Farrow, na qual reconheceu seu envolvimento no caso. Hayden confirma ter sido informado pela Polícia da prisão de Farrow, que não cita pelo nome.

 

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