27 de dezembro de 2024 Doar
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Ao menos 71 católicos são mortos durante ataque a aldeia na Nigéria

Milicianos islâmicos da etnia fulani invadiram uma vila no estado de Benue, no centro da Nigéria, em 19 de outubro, e mataram ao menos 71 católicos.

Milicianos islâmicos da etnia fulani invadiram uma vila no estado de Benue, no centro da Nigéria, em 19 de outubro, e mataram ao menos 71 católicos.

A polícia e o clero alegam que o ataque foi uma retaliação pela morte de quatro milicianos fulani no início da semana num confronto entre pastores e agricultores que defendiam suas plantações

Há divergências em relação ao número exato de mortos no ataque de 19 de outubro.

O presidente do conselho do governo local de Ukum, Kartyo Tyoumbur, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, que ao menos 71 moradores de Gbjeji, quase todos fiéis católicos da Igreja de São Miguel, foram mortos no ataque.

A autoridade informou que ao menos 35 corpos foram encontrados após o ataque e mais 36 corpos foram recuperados depois em campos adjacentes. Entre os mortos há mulheres e crianças, além de dois policiais, disse ele.

"Os terroristas fulani chegaram às 6h e começaram a atirar indiscriminadamente", disse à CNA o padre Samuel Fila, que no momento do ataque estava fora da cidade em uma assembleia clerical.

O padre disse que cerca de 200 agressores participaram de um ataque bem coordenado, queimando casas e atacando com facões os aldeões que fugiam.

"A aldeia está atualmente deserta", contou.

Wale Abass, o delegado da polícia do estado de Benue, forneceu um número de mortos muito menor de "não mais de 10, incluindo um policial".

"Os números mais altos podem ser devidos ao exagero nos jornais ou ao fato de algumas das famílias retirarem os corpos de seus parentes das áreas de matança antes que uma contagem oficial tenha sido feita", disse Abass à CNA numa entrevista por telefone.

"Temos uma equipe combinada de 20 policiais e 15 soldados procurando pistas sobre o paradeiro dos agressores e dos homens locais que mataram os pastores", disse ele, acrescentando que nenhuma prisão foi feita até o momento.

O estado de Benue vem sofrendo ataques terroristas sangrentos de extremistas muçulmanos desde 2019. Os terroristas pertencem à milícia fulani, um grupo étnico que representa 10% da população da Nigéria, o país mais populoso da África.

Gbeji é uma cidade agrícola remota de 5 mil pessoas localizada a oeste da fronteira do estado com Taraba. Os aldeões católicos recebem visitas da paróquia de São Tomás em Afia, cerca de 14 quilômetros ao sul de Gbeji.

Agricultores em todo o estado de Benue estão enfrentando colheitas reduzidas devido a inundações incomuns, bem como o medo generalizado de serem mortos por terroristas armados quando tentam colher.

Milhões de agricultores de Benue e suas famílias vivem em campos de deslocados porque as milícias fulani os forçaram a abandonar suas terras.

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