Vaticano, Nov 7, 2022 / 10:46 am
"O Vaticano está continuamente atento" ao que está acontecendo na Ucrânia e "faz um trabalho de aproximação, para buscar soluções" para o conflito que começou em fevereiro com a invasão russa, disse o papa Francisco ontem (6).
Durante o voo que o levou a Roma, depois de sua visita apostólica ao Bahrein, Francisco respondeu à pergunta sobre como vão as negociações por parte do Vaticano para pôr fim à guerra que está acontecendo na Ucrânia desde que foi invadida em 24 de fevereiro por Rússia.
Francisco disse na entrevista coletiva que "o Vaticano está continuamente atento" e que o Secretário de Estado está trabalhando nisso.
O papa Francisco também lembrou que, no dia seguinte ao início da guerra, ele foi à embaixada russa no Vaticano para falar com o embaixador Alexander Avdeev e lhe disse "que estava disposto a ir a Moscou para falar com (o presidente Vladimir) Putin, caso fosse necessário".
O papa contou que Avdeev lhe respondeu que "naquele momento não era necessário. Mas a partir daquele momento, nos interessamos muito".
Ele acrescentou que falou duas vezes ao telefone com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky; "depois com o embaixador algumas outras vezes. E se faz um trabalho de aproximação, para buscar soluções. Também a Santa Sé faz o que deve fazer em relação aos prisioneiros, essas coisas... são coisas que sempre se fazem e a Santa Sé sempre as fez, sempre. E (depois) a pregação pela paz".
O papa Francisco também contou aos jornalistas que o que mais o afeta na guerra na Ucrânia é "a crueldade, que não é do povo russo, porque o povo russo é um povo grande", mas "dos mercenários, dos soldados que vão fazer a guerra como fazem uma aventura".
Francisco disse que tem grande estima pelo povo russo e ucraniano. Nesse sentido, lembrou que quando criança foi coroinha de um padre vindo ucraniano.
"Quando eu tinha 11 anos, havia um padre que celebrava em ucraniano e todas essas canções ucranianas eu as conheço na língua deles, porque eu as aprendi quando criança, por isso tenho um afeto muito grande pela liturgia ucraniana", disse Francisco.
"Estou em meio a dois povos aos quais quero bem. Mas não só eu, a Santa Sé fez muitos encontros reservados, muitas coisas com êxito positivo. Porque não podemos negar que uma guerra no início talvez nos faça corajosos, mas depois cansa e faz mal e se vê o mal que uma guerra faz", concluiu Francisco.
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