17 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco pede que consagrados se afastem do pessimismo

Papa com religiosa | Vatican Media

O papa Francisco alertou sobre o perigo do "espírito de derrota, espírito de pessimismo" na vida consagrada e exortou os religiosos a cuidarem da vida de oração, evitar o individualismo e incentivar os estudos teológicos.

O papa Francisco recebeu ontem (7) a comunidade do Instituto de Teologia da Vida Religiosa "Claretianum" por ocasião dos 50 anos de sua fundação.

"Hoje a vida consagrada não pode ser desencorajada pela falta de vocações ou pelo envelhecimento. Seria uma tentação, um desânimo: 'Mas o que vamos fazer?' Este é o desafio. Aqueles que se deixam ser tomados pelo pessimismo colocam a fé de lado. É o Senhor da história que nos sustenta e nos convida à fidelidade e fecundidade. Ele cuida, olha com misericórdia e benevolência o trabalho de vocês e continua enviando o Espírito Santo", disse o papa.

Francisco falou da importância da Palavra de Deus na vida para viver "o futuro com esperança" e acrescentou que "a vida religiosa é entendida apenas pelo que o Espírito faz em cada uma das pessoas chamadas".

"Há aqueles que se concentram demais no exterior (estruturas, atividades...) e perdem de vista a superabundância de graça que existe nas pessoas e nas comunidades. Portanto, afastem-se do espírito de derrota, do espírito de pessimismo, pois isso não é cristão. O Senhor não deixará de estar perto do povo, o fará de uma forma ou de outra, mas o importante é Ele", disse o papa.

Para Francisco, "a vida consagrada não pode faltar na Igreja e no mundo" e lembrou que santo Antônio Maria Claret repetia a frase de santa Teresa, que são João Paulo II também citou em uma exortação apostólica, "O que seria do mundo se não fosse pelos religiosos?".

O papa agradeceu pela ajuda que instituto de teologia tem prestado no campo da formação da vida religiosa "segundo o espírito e a missão de santo Antônio Maria Claret, que tanto trabalhou para apoiar e promover a vida consagrada em suas várias formas".

"Eles despertaram na Igreja o desejo de estar perto das comunidades de vida consagrada e de ajudá-las. A contribuição dos Missionários Claretianos às famílias religiosas, através do acompanhamento espiritual, do esclarecimento doutrinal e sobretudo da assessoria jurídica é conhecida em todo o mundo. Prova disso são suas publicações e revistas, algumas com mais de cem anos", disse Francisco.

O papa falou de sua primeira experiência como bispo no Sínodo de 1994, uma experiência "positiva, sempre aberta, afastando medos que não tinham fundamento".

O papa convidou os consagrados a "sublinhar o valor da fidelidade no seguimento de Jesus segundo o espírito dos fundadores, a prestar atenção à vida comunitária numa época em que o individualismo é tão difundido".

"Exorto-vos a viver a interculturalidade como caminho de fraternidade e missão, e a promover o encontro entre as gerações na vida consagrada, na Igreja e na sociedade", disse.

Não abandonar os idosos

O papa disse que os jovens devem estar com os idosos para conversar e aprender com eles e pediu "por favor, não deixem os idosos morrerem sem sonhar: isso faz parte de uma missão. O encontro será realizado pelos jovens. Que seus jovens procurem os idosos e os idosos os jovens".

Francisco lamentou que "em determinado momento, depois do Concílio, havia uma mentalidade de reestruturar as coisas: algumas congregações transferiram os idosos para um lar de idosos. Por favor, isso é criminoso!" "Penso num caso concreto: religiosas idosas que trabalharam bem, depois de dois meses no asilo foram para o outro mundo. De nostalgia, de tristeza", disse o papa. "Os idosos devem morrer sonhando e os que fazem os idosos sonharem são os jovens, que devem tomar o lugar dos idosos. Não se esqueçam disso: deixe-os falar".

Seguno Francisco, "são João Paulo II já alertava para o perigo que a diminuição da consideração do estudo representa para a vida consagrada" porque "negligenciar a teologia, a reflexão, o estudo, as ciências, empobrece o apostolado e fomenta a superficialidade e a frivolidade na missão".

"Os problemas de hoje exigem novas análises e novas sínteses. Os seus institutos, vocês professores, vocês estudantes, têm pela frente uma grande tarefa.

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