MOSUL, Nov 17, 2022 / 15:21 pm
O sino da catedral católica de Mosul, no Iraque, tocou pela primeira vez desde a ocupação da região pelo grupo terrorista Estado Islâmico há oito anos.
O sino, que foi mantido escondido por uma família muçulmana durante a ocupação de Mosul, tocou no domingo (13), na catedral católica caldeia de São Paulo.
Cristãos de toda a planície de Nínive, no Iraque, foram à catedral para participar da cerimônia do toque do sino e da Liturgia Divina.
Sino da Catedral de Mosul / France Yousif.
Dom Najeeb Michaeel, arcebispo caldeu de Mosul e Akra, conduziu uma procissão até a gruta da Virgem Maria, a padroeira de Mosul, no pátio da igreja antes de tocar o sino.
O arcebispo disse à ACI Mena, agência árabe do grupo ACI, que "os tons do sino são um convite para unir os corações para denunciar a violência e as guerras".
"Esperamos que todos os moradores originais voltem para suas casas e recuperem seus direitos materiais e morais, para provar o sabor da segurança e da estabilidade e viver no seio de sua cidade", disse o arcebispo.
Dom Najeeb Michaeel na cerimônia em que tocou o sino da catedral de Mosul / France Yousif.
A catedral de São Paulo foi reaberta em 2019, após sofrer danos durante a ocupação do Estado Islâmico em Mosul de 2014 a 2017.
Na viagem ao Iraque no ano passado, o papa Francisco rezou em Mosul cercado pelos escombros de igrejas danificadas ou destruídas, depois que o Estado Islâmico proclamou seu califado na cidade.
O Estado Islâmico governou Mosul por quase três anos, antes que as forças iraquianas e internacionais retomassem a cidade rua por rua.
O papa Francisco também fez história como o primeiro papa a celebrar a missa no rito caldeu durante sua visita ao país do Oriente Médio.
Os caldeus são uma das várias comunidades católicas orientais que há no Iraque. A sua história remonta aos primeiros cristãos através da sua ligação com a Igreja do Oriente.
Antes que a violência do Estado Islâmico dizimasse a população, os caldeus representavam dois terços dos cristãos iraquianos.
O papa Francisco continua falando pelos cristãos no Oriente Médio. Na semana passada, ele falou sobre a "necessidade de preservar e encorajar a presença cristã na região" em um encontro em 10 de novembro com o rei Abdullah II da Jordânia.
Confira também:
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- ACI Digital (@acidigital) March 26, 2021
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