6 de dezembro de 2024 Doar
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Caso do padre Rupnik é um “tsunami” de falta de transparência, diz ex-provincial jesuíta

Padre Marco Rupnik | Pastoral Familiar da Nicarágua

O ex-provincial da Província Euro-Mediterrânea da Companhia de Jesus (Jesuítas), padre Gianfranco Matarazzo, disse que o caso do padre jesuíta esloveno Marko Rupnik, de 68 anos, acusado de cometer abusos contra ao menos nove mulheres, é "um tsunami de injustiça" e de "falta de transparência".

Rupnik é famoso por suas obras de arte espalhadas pelo mundo, que incluem os mosaicos das fachadas da basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), cuja primeira parte foi inaugurada em março último. Rupnik recebeu o título de doutor honoris causa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná em cerimônia do dia 30 de novembro último.

"Hoje com o 'caso Rupnik' nos apegamos à 'prescrição' e esperamos que tudo possa parar por aí. O Senhor está nos chamando a dar este enfoque?" perguntou Matarazzo.

O comentário do ex-provincial jesuíta se refere ao comunicado oficial da Companhia de Jesus que diz que o Dicastério para a Doutrina da Fé concluiu que "os fatos em questão deviam ser considerados superados e, por isso, encerrou o caso no início de outubro deste ano de 2022".

O também delegado para o apostolado social e abusos na Igreja siciliana criticou que o "caso Rupnik" é "um tsunami de injustiça, falta de transparência, gestão questionável, atividade disfuncional, trabalho personalizado, comunidade apostólica sacrificada ao líder e tratamento desigual" .

Para Matarazzo, o comunicado oficial da Companhia de Jesus é "um caso exemplar de justiça negada" e "dano mortal à Ordem Jesuíta, mas ainda mais à Santa Mãe Igreja".

O padre italiano disse que neste caso deve-se "assumir toda a responsabilidade e consequências" e "oferecer uma reconstrução detalhada de tudo o que aconteceu".

Matarazzo também sugeriu convocar uma entrevista coletiva "e responder todas as perguntas de forma transparente, sem ter que fazer acréscimos porque são obrigados a isso".

Por fim, Matarazzo pediu que o padre jesuíta Hans Zollner, atual membro da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, se pronuncie sobre o ocorrido na Companhia de Jesus.

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