MADRI, Jan 4, 2006 / 14:06 pm
A maioria de cubanos que vive na Ilha prefere "a democracia à ditadura" e acredita que se se produziram mudanças políticas "poderiam melhorar a situação" do país, conforme informa a ONG com sede em Madri, Solidariedade Espanhola com Cuba.
A pesquisa mostra que o principal problema para os caribenhos é o alto custo de vida, os salários baixos e a falta de empregos de qualidade, enquanto que a segunda questão que preocupa a população é a alimentação. Do mesmo modo, 80 por cento dos entrevistados acredita que "alguns ou muitas mudanças poderiam melhorar a situação atual" do país.
A pesquisa, difundida em 5 de dezembro em Madri e realizada entre 541 cubanos, foi apresentada pelo presidente da ONG, Ricardo Carreras, como o "primeiro estudo de opinião pública cientista" que se realiza no país em mais de 40 anos e sublinha que "a maioria dos cubanos apóia o Projeto Varela", iniciativa que busca um referendum para que os habitantes de Cuba decidam seu futuro.
O sondagem também reflete que Oswaldo Payá, principal promotor deste projeto e ganhador do Prêmio Sájarov aos direitos humanos do Parlamento Europeu, gera uma boa impressão em seus compatriotas; assim como Vladimiro Roca e Oscar Elías Biscet, outros duas líderes da oposição.
Igualmente, a maioria acredita que As Damas de Branco –familiares dos 75 dissidentes encarcerados pelo regime castrista em março de 2003 e condenados a penas de até 25 anos de cárcere– têm direito a "protestar pacificamente".
Carreras destacou que a pesquisa "deixa claro que o povo de Cuba apóia uma transição pacífica à democracia, como propõe o Projeto Varela. Estas e outras opiniões, que até agora eram um sussurro, são hoje um clamor". "quanto mais jovem é o entrevistado, mais pensa que a coisas vão mal e maior é seu apoio às mudanças. Pelo contrário, os cubanos de mais idade se mostram algo mais reticentes", acrescentou.
À apresentação da pesquisa assistiram Carlos Payá, como porta-voz do Projeto Varela, Julián Santamaría, sociólogo especialista em pesquisa, quem definiu o sondagem como um projeto "audaz e heterodoxo, do ponto de vista da metodologia, embora com um questionário muito bem formulado". Segundo Santamaría o estudo foi realizado com "grande honestidade em um clima hostil”.
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