5 de dezembro de 2024 Doar
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Bento XVI foi um pastor e teólogo que buscou conciliar fé e razão, diz CNBB

Papa Emérito Bento XVI. | Shutterstock - Giacomo Morini.

"Bento XVI foi um pastor e teólogo. Na vida buscou conciliar fé e razão, justiça e caridade, temas recorrentes do seu magistério. Com a renúncia, trilhou o caminho da humildade e na emeritude ensinou a como nos preparar para o encontro definitivo com o Senhor", disse a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nota de pesar pela morte do papa emérito Bento XVI.

O papa emérito Bento XVI morreu hoje, aos 95 anos, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde morava.

"Às portas de celebrarmos a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, e mais um dia de oração e compromisso pela paz, a CNBB pede que o Deus da Vida acolha o papa Bento XVI em Sua paz e dê ao mundo a graça de incansavelmente trabalhar pela união, a paz e o bem comum", diz 'nota de pesar e esperança' da CNBB.

A conferência episcopal afirmou que o papa emérito, "como teólogo, bispo e papa", "deixou um grande legado, onde se destacam o amor pela igreja e a preocupação pelos rumos do mundo". "Em seu pontificado, escreveu três encíclicas para as quais somos convidados a nos voltar com dedicação ainda maior, não apenas em razão de sua morte, mas acima de tudo pela mensagem que estas cartas nos trazem", afirmou.

"No Natal de 2005, na encíclica Deus é Amor, conclamou o mundo a contemplar Jesus Cristo e reconhecer o amor como o grande critério a julgar todas as relações, gerando solidariedade, caridade e fraternidade. Recordou-nos, em 2007, que este amor é fonte de esperança: 'graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente, o qual, embora custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho'", recordou a CNBB.

Lembrou ainda as palavras de Bento XVI em 2009 sobre o desenvolvimento humano integral, que "só efetivamente acontece quando construído na caridade e na verdade".

Bispos brasileiros manifestam pesar

Vários bispos brasileiros lamentaram a morte do papa emérito Bento XVI. Em nota publicada em nome da arquidiocese de São Paulo (SP), o cardeal Odilo Pedro Scherer recordou a visita de Bento XVI ao Brasil em 2007, quando canonizou santo Antônio de Sant'Anna Galvão, o primeiro santo brasileiro. Na ocasião, também presidiu a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, no santuário nacional de Aparecida (SP).

"Bento XVI foi um homem simples, humilde, sensível e até tímido, muito atencioso e fino no trato com as pessoas. Foi um intelectual e teólogo de grande profundidade eseus escritos e homilias certamente serão uma referência para a Igreja também no futuro. Como poucos, ele compreendeu os problemas do nosso tempo e deu indicações essenciais para a vida e a missão da Igreja. Esteve atento aos problemas internos da Igreja e enfrentou com decisão as questões morais e doutrinais e deu orientações firmes sobre a transparência na administração dos bens da Igreja, sofrendo muito por essas situações", disse dom Odilo.

O arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani João Tempesta, rezou por Bento XVI em missa hoje de manhã na catedral metropolitana de São Sebastião. Em seguida, durante coletiva de imprensa, dom Orani afirmou que Bento XVI foi "um grande homem do século, que exerceu sua missão de maneira tal que influenciou o seu tempo". Para o arcebispo, o papa emérito foi "o maior teólogo deste tempo".

O arcebispo de Brasília (DF), cardeal Paulo Cezar Costa, manifestou "pesar" pela morte de Bento XVI. O cardeal Costa determinou que em todas as paróquias da arquidiocese, "e hoje até o dia 5 de janeiro – quando acontecerá o funeral -, celebrem-se Missas com o Povo de Deus em sufrágio pela alma do Papa Bento XVI, pedindo ao Senhor que recompense com o prêmio dos justos aquele que foi um 'simples e humilde trabalhador da vinha do Senhor'".

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo relembrou a trajetória de Bento XVI como prefeito do dicastério para a Doutrina da Fé durante o pontificado do papa são João Paulo II.

"Esteve à frente do Dicastério para a Doutrina da Fé, por muitos anos, servindo como guardião zeloso do magistério da Igreja. Um tempo em que sempre esteve ao lado de são João Paulo II. Depois, eleito seu sucessor, venceu limites físicos impostos pela idade com notável vigor espiritual e intelectual, inspirando caminhos novos para a Igreja", escreve dom Walmor em uma publicação no Facebook.

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