20 de novembro de 2024 Doar
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Arqueóloga conjectura rota dos Reis Magos até Belém e de volta

Escultura dos Reis Magos na basílica da Sagrada Família em Barcelona | Cathopic

Para a arqueóloga Cayetana H. Johnson, a narrativa de Marco Polo é a chave para o caminho que os Magos percorreram do Oriente até Belém para adorar o Menino Jesus.

O capítulo 2 do Evangelho segundo São Mateus diz: "tendo pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém" e perguntaram pelo Rei dos judeus.

Herodes pediu aos Magos que fossem a Belém e voltassem com as informações sobre o local, pois tinha medo de perder seu trono. Depois de adorarem o Menino “avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho” (Mt 2,12).

Johnson disse que "é possível estabelecer quais foram as rotas seguidas por nossos sábios persas graças ao relato do comerciante Marco Polo”.

Em 1298, o viajante veneziano escreveu em seu relato de viagem: “Antigamente, três reis daquele país foram adorar um certo Rei nascido e levaram consigo três ofertas, a saber, ouro, incenso e mirra: ouro para que pudessem saber se ele era um rei terreno; incenso, para saber se ele era Deus; e mirra, para que pudessem saber se ele era um homem mortal”.

Em suas viagens, Marco Polo também encontra vestígios dos Magos na cidade de Saba (atual Saveh, a sudoeste de Teerã). “Segundo a tradição local, 'os reis magos que vieram adorar a Cristo em Belém' estão enterrados lá, de acordo com a descrição do explorador”, disse Johnson.

Por onde os magos foram a Belém?

A arqueóloga contou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que “a viagem da Pérsia a Belém só poderia oferecer duas rotas devido à presença do Grande Deserto da Arábia”.

Contornar o deserto ao norte "ao longo da linha do rio Eufrates, para chegar a Edessa, virar em direção a Damasco e descer pelo Caminho do Rei, cujo percurso corre paralelo ao rio Jordão para terminar no Golfo Pérsico".

A outra opção era atravessar o deserto para chegar a Petra, capital dos nabateus, junto ao Mar Morto.

Para Cayetana H. Johnson, muito provavelmente pegaram o primeiro caminho porque, segundo o relato bíblico, visitaram Herodes, o Grande, que estaria em Jericó onde tinha seus palácios de inverno.

E a partir do Caminho do Rei desta rota do norte, saíram várias vias de comunicação para o Mediterrâneo, a principal delas, para Jericó.

Como voltaram?

Seguindo o Evangelho segundo São Mateus, sabemos que os magos não voltaram da mesma forma: "Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho” (Mt 2, 12).

Johnson disse que "Herodes certamente saberia se os magos estivessem de volta à cidade de Jerusalém se eles voltassem para casa por onde vieram" porque se eles cercassem a capital judaica e se aproximassem de Jericó, "contatos locais da área do palácio de inverno do rei certamente o informariam.

Para evitar o ciumento monarca, "a volta era cara e demorada, portanto, tornava-se um grande desafio". A única opção era atravessar o deserto da Arábia.

"Ao sul do Mar Morto, o Caminho do Rei levava a Petra, depois a leste na rota parta do sul através do deserto da Arábia até o centro da Pérsia", disse a especialista.

Para lá chegar a partir de Belém “o acesso à rota comercial do sul dos partos foi feita pela Rota dos Patriarcas”, a única que atravessa o país de norte a sul e “chegava a Hebron depois de atravessar Belém”.

De lá, conectava-se à Rota das Especiarias ao sul do Mar Morto. Lá, pelo Caminho do Rei, chegava-se a Petra.

Os Magos poderiam ter escolhido outras alternativas mais curtas, mas teriam envolvido uma viagem mais difícil "com menos postos comerciais e mais riscos".

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