4 de dezembro de 2024 Doar
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Para Bento XVI Traditionis custodes foi um erro, diz seu secretário

Papa Bento XVI com seu secretário, o arcebispo alemão Georg Gänswein | Fundação Vaticana Joseph Ratzinger - Bento XVI

Para Bento XVI o motu proprio Traditionis custodes, que restringe a celebração da missa na liturgia anterior à reforma do Concílio Vaticano II, foi "um erro", diz dom Georg Gänswein, que foi secretário pessoal de Bento XVI desde 2003, no livro publicado hoje (12) em italiano Nient'altro che la verità. La mia vita al fanco di Benedetto XVI (Nada mais do que a verdade. Minha vida com Bento XVI).

"Em 16 de julho de 2021, Bento XVI descobriu, folheando o L'Osservatore Romano daquela tarde, que o papa Francisco havia divulgado o motu proprio Traditionis custodes sobre o uso da liturgia romana anterior à reforma de 1970", conta dom Gänswein na página 288 do livro.

"A temática era idêntica à do motu proprio Summorum Pontificum, que ele havia promulgado em 7 de julho de 2007, e também o modo de comunicação era o mesmo, com o acompanhamento de uma carta para ilustrar os conteúdos do novo texto", continua Gänswein.

Por isso, "o papa emérito leu com atenção o documento, para entender sua motivação e os detalhes das mudanças".

Gänswein conta que, quando pediu a opinião de Bento XVI, ele "respondeu que o pontífice reinante tem a responsabilidade de decisões como esta e deve agir de acordo com o que considera ser o bem da Igreja".

No entanto, "a nível pessoal, via uma mudança de rumo decisiva e a considerava um erro, porque colocava em risco a tentativa de pacificação conseguida 14 anos antes" com a Summorum Pontificum, que liberou a celebração da missa tridentina.

"Bento considerou errado proibir a celebração da missa no rito antigo nas igrejas paroquiais", diz o arcebispo alemão.

Isso porque "é sempre perigoso ter um grupo de fiéis em um canto, fazendo com que se sintam perseguidos e inspirando neles a sensação de ter que salvaguardar a todo custo a própria identidade diante do 'inimigo'", conclui o relato do arcebispo Gänswein.

Com Traditionis Custodes, o papa Francisco aboliu as disposições da Summorum Pontificum de Bento XVI sobre a missa tradicional em latim ou missa tridentina, restringindo sua celebração, na prática, quase completamente.

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